Pela primeira vez em mais de 50 anos, o futebol terá uma nova cor de cartão nas regras do jogo para ser aplicada pela arbitragem. Trata-se do cartão azul, que será anunciado na próxima sexta-feira (9).
A novidade, a princípio, será introduzida pela International Football Association Board (Ifab), o órgão que rege as regras do esporte, em formato de teste. A informação foi dada pelo jornal britânico “The Telegraph”.
Segundo fontes da Ifab ouvidas pela publicação, o cartão azul tem como objetivo diminuir faltas apelativas que impedem chances claras de gol e também as reclamações com árbitros, situações que antes renderiam um cartão amarelo.
O jogador ou a jogadora que receber o cartão azul ficará fora da partida por 10 minutos, podendo retornar depois. A regra é inspirada no rúgbi, que usa com sucesso a famosa “penalty box”.
Um primeiro teste já foi feito pela federação do País de Gales, em torneios das categorias de base, mas, sem ter recebido aprovação para a cor do cartão, o infrator era punido com o cartão amarelo.
Agora, com o anúncio da Ifab nesta sexta-feira, a cor poderá ser implantada — o azul venceu “concorrência” com o laranja por ser mais fácil de diferenciar do amarelo e do vermelho.
Ainda segundo o “Telegraph”, porém, as principais ligas de futebol do mundo não entrarão no teste, em um primeiro momento. Mas ligas profissionais que quiserem testar a novidade voluntariamente poderão fazê-lo a partir do meio do ano.
A Football Association (FA), federação inglesa, por exemplo, cogita testar o cartão azul nas próximas edições da Copa da Inglaterra masculina e feminina.
A Uefa, através do presidente Aleksander Ceferin, por sua vez, já se posicionou publicamente contra. Por isso, é improvável que a Eurocopa 2024 ou mesmo a próxima edição da Champions League adote o novo cartão.
“Isso não é mais futebol”, reclamou Ceferin em entrevista ao próprio “Telegraph”, no mês passado. No entanto, caso a Ifab decida incluir o cartão azul nas regras oficiais do jogo, a Uefa será obrigada a adotá-lo.
Outra medida que deve ser anunciada pela Ifab também é inspirada no rúgbi. Nela, apenas os capitães dos time são liberados para falar com os árbitros sobre uma decisão dele.
Ambas as decisões viraram prioridade em meio a indignações dos diretores da Ifab com o comportamentos dos jogadores em campo, que eles consideram “o que pode ser o câncer que mata o futebol”.