domingo, novembro 24, 2024
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Carta anônima com “feedback sincero“ ataca Jorge Viana e diretoria da Apex

Em tom irônico e recheada de críticas, uma carta anônima enviada na última quarta-feira (6) a todos os funcionários da Agência de Promoção de Exportações (Apex) disparou críticas à diretoria-executiva da agência, em especial ao presidente Jorge Viana e ao diretor de Gestão Corporativa, Floriano Pesaro.

O texto, ao qual a CNN teve acesso, acusa os dirigentes de usarem recursos da agência de maneira injustificada, de inflarem os próprios salários e de se ausentarem da gestão de suas equipes.

“O ano de 2023 está chegando ao fim, e após muitas decepções e chateações, é hora de fazer um pit-stop e dar um feedback sincero: a desenvolver (bastante) em 2024”, diz o texto, logo na abertura.

Alckmin tem proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por sua vez, Pesaro é próximo do vice-presidente.

Desde o início do governo, a direção da Apex alterou parte de suas normas e regras operacionais.

Foram diversas mudanças que, segundo a agência, resultaram em ganho de eficiência. Mas provocaram polêmica, por exemplo, o fato de diretores que residem fora de Brasília passarem a dispor de uma cota de passagens para viajarem para seus Estados. Ou ainda a eliminação da exigência de inglês fluente para o presidente do órgão.

Tais mudanças guiaram parte dos ataques da carta.

O texto diz que o ano “começou com a mão bem visível do Estado no estatuto da agência, para que um político fluente em companheirês pudesse assumir a presidência de um órgão eminentemente internacional”.

Pesaro é citado na mensagem como o “diretor-viajante”.

“Na prática, temos dois presidentes paralelos, com agendas políticas paralelas, disputando para ver quem viaja mais em prol de seus projetos pessoais: voltar para o Acre e voltar à Câmara por São Paulo”, prossegue o texto. As “viagens em excesso”, diz o documento, são justificadas com “visitas técnicas” e “agendas produtivas”.

“O diretor, que nem deveria viajar, foi palestrar numa feira de óleo e gás em Miami coincidentemente no final de semana do Grande Prêmio de Miami de Fórmula 1”, diz o texto.

A mensagem também procura constranger Viana ao afirmar que ele teria xingado o vice-presidente da República em reuniões com funcionários.

“Com todo o garbo e elegância de governador e senador, o agora presidente já proferiu em reuniões na casa frases como “f*da-se o que o Alckmin pensa” e “sou presidente dessa p*rra ou não sou?”.

“Já o diretor evita falar publicamente (até porque nunca está na área), afinal guarda a voz para discursar no exterior”, segue o texto.

A carta se encerra com provocação sobre o que esperar da festa de fim de ano da agência, marcada para o dia 13. E propõe que todos os funcionários respondam uma pesquisa de Great Place to Work, que está em campo atualmente.

A carta provocou mal-estar na Apex. O envio ocorreu na madrugada de quarta-feira.

Mas muitos dos funcionários teriam recebido a mensagem no lixo eletrônico, o que fez com que a repercussão perdurasse nos corredores até o fim do dia de ontem (7).

Nos bastidores, pessoas próximas à diretoria da agência consideraram a mensagem um compilado de fofocas, provavelmente produzido por algum funcionário afetado pelas mudanças ocorridas na gestão da agência no início do mandato.

Ou ainda alguém que tenha perdido um cargo mais elevado ou benefícios de viagens por conta da troca de governo.

O texto faz menção, por exemplo, à eliminação de um “abono”, que seria o décimo-quarto salário pago em gestões anteriores.

O presidente da Apex, Jorge Viana, tomou conhecimento da carta em Dubai, onde representa a agência na COP28.

Procurados pela CNN, Apex e Jorge Viana não quiseram se manifestar.

A CNN também procurou Floriano Pesaro e aguarda retorno.

Via CNN

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