sexta-feira, novembro 22, 2024
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Carros fabricados nos EUA têm perigo escondido, diz pesquisa

Uma nova pesquisa realizada por cientistas do Canadá e dos Estados Unidos identificou materiais potencialmente perigosos em 99% das cabines dos veículos fabricados nos EUA desde 2015.

Veículos fabricados nos EUA têm materiais potencialmente perigosos, revela pesquisa

  • Uma nova pesquisa mostra que 99% dos veículos fabricados nos EUA desde 2015 contêm materiais potencialmente perigosos, usados para cumprir padrões de segurança contra incêndios;
  • O estudo liderado por Rebecca Hoehn, da Universidade Duke, identificou substâncias como tris (1-cloro-isopropil) fosfato (TCIPP) em quase todos os veículos analisados. Estes produtos químicos estão sob investigação por possíveis ligações com câncer e outros danos à saúde;
  • Os pesquisadores descobriram que as concentrações desses produtos químicos nos carros aumentam significativamente durante o verão, representando um risco maior para motoristas e passageiros, especialmente crianças;
  • Os resultados levaram os cientistas a pedir uma reavaliação do uso de retardadores de chama em veículos. Eles argumentam que os regulamentos de segurança atuais tornam os incêndios mais tóxicos e são desatualizados, necessitando de uma urgente atualização.

Estes materiais, destinados a cumprir padrões de segurança contra incêndios, podem estar fazendo mais mal do que bem, alertam os pesquisadores. Eles agora pedem uma reavaliação sobre o uso dessas substâncias.

Todo carro traz um risco escondido, alertam cientistas

(Imagem: PV productions/Shutterstock)

Rebecca Hoehn, cientista ambiental da Universidade Duke, liderou o estudo – publicado na revista Environmental Science & Technology. “Descobrimos que os materiais internos dos carros liberam substâncias químicas prejudiciais no ar da cabine”, disse Rebecca.

Considerando que a média de tempo que um motorista passa no carro é de aproximadamente uma hora por dia, a cientista enfatiza que este é um problema significativo de saúde pública.

Os pesquisadores analisaram o ar interno de 101 veículos e encontraram tris (1-cloro-isopropil) fosfato, ou TCIPP, em 99% deles. Este retardador de chama, também usado em móveis e têxteis, está sob investigação por suas possíveis ligações com o câncer.

Carros em avenida
(Imagem: José Cruz/Agência Brasil)

Outros compostos comuns encontrados foram tris (1,3-dicloro-2-propil) fosfato, ou TDCIPP, e tris (2-cloretile) fosfato, ou TCEP, ambos associados a potenciais danos cancerígenos e impactos nos sistemas neurológico e reprodutivo.

O estudo também revelou que os níveis desses químicos tendem a aumentar com a temperatura. Durante o verão, as concentrações desses produtos químicos nos veículos eram de duas a cinco vezes maiores do que no inverno.

Isso eleva preocupações especialmente para motoristas que passam longos períodos ao volante e para crianças, que inalam proporcionalmente mais ar em relação ao seu peso corporal.

Ainda não há conclusão sobre perigo escondido nos carros, mas…

Visão aérea de trânsito nos Estados Unidos
(Imagem: Michael Gancharuk/Shutterstock)

Apesar das evidências dos riscos, ainda não há uma conclusão definitiva sobre o quão perigosas são essas concentrações para a saúde humana. No entanto, a presença desses materiais já é suficiente para causar preocupação.

Patrick Morrison, oficial de Saúde e Segurança da International Association of Fire Fighters, argumenta que os retardadores de chama tornam os incêndios mais tóxicos e que os regulamentos de segurança, que datam da década de 1970, necessitam de uma atualização urgente.

Essa pesquisa não é pioneira em destacar os perigos dos produtos químicos em interiores de automóveis. Lydia Jahl, química ambiental do Green Science Policy Institute nos EUA, comenta: “O que realmente é necessário é reduzir a quantidade de retardadores de chama sendo adicionados aos carros.”

Jahl também ressalta que atividades diárias como ir ao trabalho ou à escola não deveriam expor indivíduos a riscos de saúde como câncer ou danos ao desenvolvimento cerebral.

Via Olhar Digital

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