sábado, novembro 23, 2024
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Canhão chinês pode mudar o futuro da exploração espacial

A China explora a ideia de usar um canhão eletromagnético, conhecido como railgun, para lançar espaçonaves do tamanho de um Boeing 737 em órbita. Esse conceito visa substituir os foguetes tradicionais, oferecendo uma forma considerada pelo país como mais eficiente de alcançar o espaço. Isso porque minimizaria o peso do combustível necessário para o lançamento.

Para quem tem pressa:

  • A China explora a ideia de usar um canhão eletromagnético, ou railgun, para lançar veículos espaciais do tamanho de um Boeing 737 ao espaço. A ideia é desenvolver uma alternativa mais eficiente aos foguetes tradicionais – alternativa essa que reduziria o peso do combustível necessário;
  • O projeto Tengyun, iniciado em 2016, está desenvolvendo uma pista de lançamento eletromagnética para acelerar um avião espacial até velocidades orbitais. Uma pista de teste de dois quilômetros foi construída, com planos para ampliação;
  • A implementação de um sistema de railgun para transporte espacial humano enfrenta desafios significativos, como a necessidade de um lançador resistente a forças extremas. E exigiria uma pista de pelo menos oito quilômetros de comprimento equipada com eletroímãs avançados;
  • O sucesso deste sistema poderia reduzir drasticamente os custos de lançamento espacial, com estimativas apontando para um custo de cerca de US$ 60/kg. Seria uma mudança revolucionária na economia do acesso ao espaço.

O princípio de um canhão eletromagnético espacial é acelerar um veículo até velocidades orbitais usando força eletromagnética em vez de propulsão química. O projeto Tengyun, iniciado em 2016 pela China, tem como objetivo desenvolver uma pista de lançamento eletromagnética capaz de impulsionar um avião espacial até velocidades significativas, após as quais ele acionaria seus próprios motores para alcançar a órbita.

O Instituto de Pesquisa de Tecnologia de Veículos de Voo da China está desenvolvendo o sistema e já construiu uma pista de teste de dois quilômetros, com planos de aumentar sua velocidade cinco vezes, segundo o jornal South China Morning Post. Este desenvolvimento está em estágio inicial, com a pista de teste com comprimento suficiente para se atingir 1.000 km/h.

Canhão eletromagnético espacial e seus desafios

Motor de foguete movido a esterco de vaca
(Imagem: Interstellar Technologies)

Os desafios para implementar um sistema de railgun que possa transportar passageiros são imensos, incluindo a necessidade de um lançador que possa suportar forças extremas sem comprometer a segurança humana. Tecnologias similares foram exploradas pela NASA, focadas principalmente em cargas não tripuladas devido à intensidade dos impactos envolvidos.

A escala do projeto é enorme, o que requer avanços significativos em diversas áreas de engenharia, além da tecnologia do próprio canhão eletromagnético. Para atingir a velocidade necessária para lançar uma espaçonave, a pista precisaria ter pelo menos oito quilômetros de comprimento e ser equipada com eletroímãs possivelmente resfriados criogenicamente.

A quantidade de energia necessária para operar um railgun capaz de lançar uma espaçonave de 50 toneladas a Mach 5 é astronômica. Estima-se que o dispositivo exigiria uma usina nuclear para fornecer a potência necessária, além de avanços significativos em tecnologias de armazenamento de energia, como supercapacitores.

Infraestrutura sem precedentes

(Imagem: SpaceX)

Além dos desafios técnicos, a infraestrutura industrial necessária para construir tal sistema seria sem precedentes. Ou seja, exige novos avanços em engenharia e fabricação. Os sistemas de controle também precisariam ser extremamente avançados para gerenciar as operações em tempo real.

A China acredita que, se bem-sucedido, o railgun poderia reduzir drasticamente os custos de lançamento para órbita – potencialmente para US$ 60/kg. Para você ter ideia, o oferecido pela SpaceX atualmente é US$ 3.000/kg. Essa mudança representaria um avanço revolucionário no acesso ao espaço.

Via Olhar Digital

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