Na manhã deste domingo, 5, candidatos que se dirigiram aos locais de prova do Concurso Nacional Unificado (CNU), também conhecido como “Enem dos concursos”, depararam com uma situação inesperada: portões trancados e instituições de ensino vazias.
A responsável por essa confusão foi a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Na sexta-feira 3, ela anunciou o adiamento da prova por causa das severas enchentes que afetaram os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ainda assim, muitos inscritos foram pegos de surpresa. Alegaram não ter recebido nenhuma notificação sobre a alteração da data.
“Fiquei chocada, porque não vi nenhuma informação sobre o adiamento nem recebi e-mail algum”, disse Aline Kalafi, 32 anos, nutricionista que pretendia concorrer a uma vaga na área de educação e saúde. Ela conversou com o jornal Folha de S.Paulo. “Só ao chegar aqui percebi que a prova havia sido adiada.”
Confusão no local das provas
A situação foi semelhante para outros candidatos, que, ao se dirigirem ao que seria o maior local de prova em São Paulo, na Unip da Barra Funda, encontraram o mesmo cenário.
Entre 7h e 8h40, pelo menos nove pessoas, assim como Kalafi, buscaram sem sucesso realizar o exame. Dentre eles, Eduardo Almeida, 44 anos, mencionou ter ouvido rumores sobre o possível adiamento por causa das chuvas, mas não encontrou confirmação oficial.
“Vou aproveitar esse tempo adicional para me preparar mais, embora a situação seja realmente complicada”, comentou Almeida, que almeja uma vaga no setor de trabalho e saúde do servidor.
‘Enem dos concursos’ segue sem data marcada
Apesar de o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos relatar que comunicados sobre o adiamento foram enviados a todos os 2,1 milhões de inscritos no sábado 4, muitos candidatos, como Giovane Biasi de Oliveira e Mayara Britto, afirmaram não ter acesso a essas informações antes de se dirigirem aos locais de prova.
Quanto à nova data de realização do concurso, que afetará as 228 cidades previstas no edital, o governo ainda não a definiu. No momento, o Planalto aguarda a resolução da crise no Sul do país. As provas estão sob custódia dos Correios, com segurança garantida pela Abin, pela Polícia Federal e por outros órgãos.
O impacto das chuvas no Rio Grande do Sul
Até o momento, o Rio Grande do Sul contabiliza 66 mortes em decorrência das chuvas, com 103 pessoas desaparecidas e mais de 780 mil afetadas, segundo dados do governo estadual. A tragédia também resultou em milhares de desabrigados e desalojados.