quinta-feira, novembro 14, 2024
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Campos Neto pede corte de gastos eficiente, sustentável e durável

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto destacou a necessidade urgente de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva adotar medidas de corte de gastos. A conversa foi ao ar nesta quinta-feira, 14.

Ele ressaltou que essas ações são cruciais para o mercado melhorar a percepção de risco do Brasil. Campos Neto sugere que cortes significativos, “na carne”, tenham implementação a partir de 2025, com o objetivo de evitar uma “bifurcação econômica”.

Conforme Campos Neto, a demora na implementação dessas medidas pode resultar em investimentos desperdiçados e ajustes mais drásticos no futuro. A preocupação do mercado com a trajetória da dívida nacional elevou o prêmio de risco exigido pelos investidores.

“Quanto mais se espera, depois mais você acaba tendo que fazer”, disse o economista. “O choque que precisa ser produzido depois é maior”.

Campos Neto fala cobre medidas fiscais

Lula gastos
Presidente Lula e ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Campos Neto observou que, embora o Banco Central não tenha intenção de acelerar o aumento dos juros, medidas fiscais eficazes podem impactar positivamente a política monetária.

“Eventualmente, caminhamos para uma bifurcação”, explicou Campos Neto. “Para ter uma saída mais organizada, precisa-se fazer um choque fiscal positivo. Em vez de esperar chegar essa bifurcação, se a gente consegue se antecipar e criar uma surpresa positiva para o mercado em termos de choque fiscal, ajuda.”

Ele disse, ainda, que a inclusão de itens de receita no conjunto de medidas pode comprometer o debate legislativo sobre cortes de gastos — o que colocaria em cheque a redução do prêmio de risco.

“É uma percepção de que, de fato, o governo está fazendo um corte de gastos que seja relevante não só no curto prazo, mas também de forma estrutural para frente”, afirmou.

Resultados de reformas

Michel Temer, ex-Presidente do Brasil | Foto: André Carvalho/Divulgação

Campos Neto destacou que algumas reformas estruturais anteriores, como a reforma trabalhista do governo Temer, têm produzido resultados positivos, como a redução do desemprego.

No entanto, ele ressaltou que, mesmo com a inflação brasileira começando a cair depois da pandemia, é necessário continuar buscando a convergência à meta inflacionária.

Por fim, Campos Neto observou que, apesar das incertezas econômicas globais, o Brasil é menos impactado do que outras economias emergentes. Ele acredita que é importante que o país continue a comunicação oficial para transmitir confiança, mesmo em tempos de incerteza.

Via Revista Oeste

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