quinta-feira, novembro 21, 2024
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Calendário solar pode comprovar catástrofe global há 13 mil anos

Cientistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, acreditam que o sítio arqueológico de Göbekli Tepe, na Turquia, não apenas abriga o calendário solar mais antigo do mundo, mas também possui registros do impacto catastrófico de um cometa na Terra há 13 mil anos.

Entenda:

  • Um novo estudo sugere que um dos pilares do sítio arqueológico de Göbekli Tepe, na Turquia, pode abrigar o calendário solar mais antigo do mundo;
  • Os autores acreditam que os símbolos esculpidos em forma de “V” representam os dias do ano – sendo 365 marcações divididas em 12 meses lunares e 11 dias adicionais (epagômenos);
  • Além disso, em outro pilar, a equipe encontrou o que se acredita ser uma representação da chuva de meteoros Táuridas se movendo pelas constelações de Aquário e Peixes;
  • Os pesquisadores sugerem que a movimentação pode ter provocado o impacto de um cometa contra a Terra – desencadeando, há cerca de 12,7 mil a 11,5 mil anos, um período conhecido como “Dryas recente”;
  • A hipótese é contestada por vários cientistas, mas o novo estudo sugere que o Göbekli Tepe foi construído como um memorial para o evento.
Esculturas em Göbekli Tepe podem representar o calendário mais antigo do mundo. (Imagem: Martin Sweatman)

No estudo publicado na Time and Mind, a equipe detalha a análise de um dos pilares localizados no Göbekli Tepe. O monumento possui uma série de símbolos esculpidos em forma de “V”, que, como propõem os pesquisadores, representam os dias do ano – sendo 365 marcações divididas em 12 meses lunares e 11 dias adicionais (chamados de epagômenos).

O grande destaque do estudo, entretanto, foi localizado em outro pilar, que, de acordo com a equipe, mostra a chuva de meteoros Táuridas se movendo ao longo das constelações de Aquário e Peixes durante várias semanas. Acredita-se que a movimentação possa ter provocado o impacto de um cometa na Terra que, possivelmente, desencadeou um período conhecido como “Dryas recente” há cerca de 12,7 mil a 11,5 mil anos.

Estudo sugere que sítio arqueológico seja memorial de evento que abalou a Terra. (Imagem: AgentKPhotography/Shutterstock)

A hipótese de que o evento tenha sido provocado pela colisão do cometa é contestada por vários pesquisadores, mas a equipe de Edimburgo sugere que todo o Göbekli Tepe possa ter sido construído como um memorial para o evento.

“Parece que os habitantes de Göbekli Tepe eram observadores atentos do céu, o que é de se esperar, dado que seu mundo foi devastado pelo impacto de um cometa. Este evento pode ter desencadeado a civilização ao iniciar uma nova religião e ao motivar desenvolvimentos na agricultura para lidar com o clima frio”, diz Martin Sweatman, autor do estudo, em comunicado.

O que é o “Dryas recente”?

O Dryas Recente foi um período de abrupto e breve resfriamento climático ocorrido há cerca de 13 mil anos. Durante essa fase da história global, as temperaturas caíram significativamente, especialmente nas regiões do Atlântico Norte.

O nome do evento tem a ver com a planta Dryas octopetala, que proliferou durante esse período e cujos restos são encontrados em sedimentos da época. A causa exata do “Dryas Recente” ainda é debatida, com hipóteses incluindo mudanças nas correntes oceânicas, um impacto de cometa, e grandes emissões de água doce das geleiras derretendo.

Cientistas acreditam que essa mudança repentina no clima causou a extinção de muitos mamíferos grandes, como o mamute, e foi a razão do desaparecimento do povo Clóvis da América do Norte — uma cultura pré-histórica do continente. O período durou cerca de 1.200 anos.

Essas informações constam no site IFL Science e nas revistas Nature e Science Advances.

Via Olhar Digital

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