quinta-feira, setembro 19, 2024
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Caio Bonfim conquista prata na marcha atlética 

O brasileiro Caio Bonfim conquistou a medalha de prata na marcha atlética 20 km nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A prova, realizada nas proximidades da Torre Eiffel, teve a participação de atletas de alto nível. Bonfim completou o percurso em 1:19:09 e ficou atrás apenas do equatoriano Daniel Pintado, vencedor do ouro. O espanhol Álvaro Martin levou o bronze.

Essa conquista representa uma grande redenção para o brasileiro, que terminou em quarto lugar na Rio 2016, apenas cinco segundos atrás do medalhista de bronze, Dane Bird-Smith.

Em Tóquio 2020, Bonfim teve um desempenho mais modesto e finalizou na 13ª colocação.

Recuperação de liderança parcial na marcha atlética 

Na prova desta quinta-feira 1º, ele começou à frente, mas logo cedeu posições enquanto ajustava seu ritmo. Ao atingir a marca de 10 km, Bonfim recuperou a liderança, embora os atletas ainda estivessem próximos.

Dois quilômetros depois, ele caiu para a 19ª posição, mas permaneceu próximo ao grupo de elite. Nos últimos 6 km, Bonfim aumentou o ritmo e se aproximou de Pintado, sendo seguido de perto pelo italiano Massimo Stano e pelo espanhol Álvaro Martin.

Disputa acirrada na última volta

Na última volta, Pintado se distanciou, terminando 14 segundos à frente de Bonfim, enquanto Martin ficou apenas dois segundos atrás do brasileiro. Stano, atual campeão olímpico, terminou em quarto, um segundo atrás de Martin.

“Depois de Tóquio, eu sentei comigo mesmo e falei: ‘E aí, cara, é isso mesmo que você pode fazer?’, lembra o atleta. “Um cara perguntou: ‘Foi difícil essa prova?’. Não, difícil foi o dia que marchei na rua pela primeira vez e fui xingado. Falei para o meu pai: ‘Eu estou pronto, eu quero ser marchador. Esse foi o dia que eu decidi ser xingado sem nenhum problema. Isso aqui é muito difícil, tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética”, relatou emocionado o medalhista, em entrevista à Cazé TV, logo depois da prova.

Confira o depoimento do brasileiro Caio Bonfim, vencedor da medalha de prata na marcha atlética nos Jogos Olímpicos de Paris 2024:

História de superação

Desde antes de nascer, a marcha atlética já fazia parte da vida de Caio Bonfim. Sua mãe, Gianette Bonfim, foi atleta e conquistou oito títulos brasileiros na modalidade. Treinada por João Sena, seu marido e pai de Caio, a família toda continua envolvida com o esporte.

Caio Bonfim mora em Sobradinho (DF), com sua mulher e filhos, e é treinado pelos pais. Seus treinos ocorrem nas ruas da cidade e no estádio Augustinho Lima, onde a família também organiza o projeto Centro de Atletismo de Sobradinho.

A técnica específica da marcha atlética

A marcha atlética se destaca no atletismo por sua técnica específica. O atleta deve manter a perna da frente estendida ao tocar o solo, e o pé de trás só pode sair do chão quando o calcanhar do pé da frente tocar o solo.

Antes de dominar essa técnica, Caio enfrentou grandes desafios. Aos sete meses de vida, ele teve meningite e, posteriormente, duas pneumonias graves. Na infância, ele não consumiu derivados de leite devido a uma intolerância, o que enfraqueceu seus ossos, deixando suas pernas arqueadas.

Superação desde a infância

Caio precisou de uma cirurgia aos 3 anos de idade para realinhar suas pernas. Segundo o ortopedista Álvaro Nomura, “a deformidade chamava muita atenção”. Os médicos acreditavam que ele teria dificuldades para caminhar, quanto mais para marchar.

Hoje, Caio Bonfim é o principal nome da marcha atlética no Brasil, com dois bronzes em campeonatos mundiais, 12 títulos brasileiros, o 4º lugar nas Olimpíadas do Rio 2016, e o recordista sul-americano na marcha de 20km. Ele ocupa a 3ª posição no ranking mundial e agora carrega a medalha de prata nos Jogos Olímpicos, uma conquista inédita para o seu país.

Representantes do Brasil na marcha atlética 

O Time Brasil também contou com a participação de Matheus Correa e Max Batista na prova masculina. Na prova feminina, competiram as brasileiras Gabriela de Sousa, Viviane Lyra e Erica Sena.



Via Revista Oeste

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