segunda-feira, novembro 25, 2024
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Bronze na ginástica: entenda polêmica entre EUA e Romênia na Olimpíada de Paris

A saga do bronze da categoria solo na ginástica artística feminina ainda não chegou ao fim. A ginasta dos EUA Jordan Chiles perdeu a medalha olímpica depois que a equipe da Romênia contestou a pontuação final. A equipe dos EUA apelou da decisão de um painel de juízes, e a batalha pelo 3º lugar está longe de terminar.

A competição foi acirrada. A final do solo feminino da ginástica já estava apertada antes de Chiles pisar no tatame. Ana Barbosu, da Romênia, e a companheira de equipe, Sabrina Maneca-Voinea, estavam empatadas com pontuação de 13.700.

Jordan Chiles executou com confiança uma apresentação com um medley de Beyoncé e recebeu inicialmente a pontuação de 13,666, o que a colocou em quinto lugar.

Mas enquanto o estádio explodia em comemoração pela medalha de ouro da brasileira Rebeca Andrade, a treinadora de ginástica dos EUA, Cecile Landi, entrou com uma investigação sobre a nota de dificuldade de Chiles.

Minutos depois, os juízes revisaram a pontuação da ginasta norte-americana em 0,1 ponto, dando a ela 13,766, o que garantiu o bronze, primeira medalha olímpica individual da carreira de Chiles. Ana Barbosu estava comemorando o pódio quando viu a decisão da arbitragem.

A vitória foi histórica e marcou um pódio olímpico ocupado somente por mulheres negras pela primeira vez na história. Chiles ainda sugeriu que ela e Biles se curvassem para Rebeca, o que gerou a famosa foto que rodou o mundo.

Os regulamentos da Federação Internacional de Ginástica permitem que um treinador conteste uma pontuação de dificuldade “desde que sejam feitos verbalmente imediatamente após a publicação da pontuação”.

De acordo com as diretrizes, um treinador tem um minuto após a pontuação ser mostrada para fazer uma consulta verbal para uma ginasta em uma rotação. Como Chiles foi a última ginasta a se apresentar, seus treinadores estavam correndo contra o relógio.

“A pessoa designada para receber a consulta verbal tem que registrar o horário do recebimento, por escrito ou eletronicamente, e isso inicia o procedimento”, de acordo com as regras.

A Federação Romena de Ginástica e as ginastas Barbosu e Maneca-Voinea entraram com uma contestação oficial no Tribunal Arbitral do Esporte para revisar as circunstâncias que cercam a decisão de revisar a pontuação de Chiles.

Os romenos argumentaram que o inquérito da USA Gymnastics foi arquivado 4 segundos após o prazo de um minuto e a pontuação inicial de Chiles de 13,666 deveria ser mantida. Segundo eles, todas as três atletas deveriam ser colocados na terceira posição e cada um receberia uma medalha.

Na semana seguinte, o processo de apelação ocorreu nos bastidores. Então, no sábado (10), o Tribunal Arbitral do Esporte aceitou a contestação da equipe da Romênia.

O órgão regulador esportivo anunciou que o inquérito submetido em nome de Chiles “foi levantado após a conclusão do prazo de um minuto e é determinado como sem efeito”.

“A Federação International de Ginástica determinará a classificação da final do solo feminino e atribuirá a medalha de acordo com a decisão acima”, disse o Tribunal Arbitral do Esporte em um comunicado.

Mais tarde, foi anunciado que o bronze seria concedido a Ana Barbosu.

Em nota conjunta, a equipe de ginástica, o Comitê Olímpico e o Paralímpico dos Estados Unidos afirmara: “Estamos devastados. O inquérito sobre a nota de dificuldade dos exercícios de solo de Jordan Chiles foi arquivado de boa-fé e, acreditamos, de acordo com as regras da FIG para garantir uma pontuação precisa”.

O comunicado também destacou que Chiles foi submetida a “ataques totalmente infundados e extremamente dolorosos nas redes sociais”. A atleta postou emojis de coração partido nos stories do Instagram após a decisão do CAS e anunciou que daria um tempo das redes sociais.

“Estou aproveitando esse tempo e me retirando das redes sociais para minha saúde mental, obrigada”, escreveu ela.

Uma reviravolta final: os EUA dizem que têm evidências com registros de data e hora. A USA Gymnastics, time de ginástica do país, anunciou que havia enviado formalmente uma carta e provas adicionais ao Tribunal Arbitral do Esporte para apelar da decisão.

A equipe afirmou, em declaração, que enviou um vídeo com registro de data e hora que mostram que a treinadora de ginástica dos EUA, Landi, enviou a contestação “47 segundos após a pontuação ser publicada, seguida por uma segunda declaração 55 segundos após a nota ter sido divulgada originalmente”.

A equipe disse que não teve acesso à filmagem antes da decisão do tribunal e, mais tarde, argumentou que havia “erros críticos” na pontuação inicial e no processo de apelação do CAS que precisavam ser resolvidos.

“Dadas essas circunstâncias, estamos comprometidos em buscar um recurso para ajudar Jordan Chiles a receber o reconhecimento que ela merece. Continuamos dedicados a apoiá-la como medalhista olímpica e continuaremos a trabalhar diligentemente para resolver esse assunto de forma rápida e justa”, disse a equipe.

Não está claro quanto tempo pode levar para que esse recurso passe pela arbitragem. Também não foi informado se Chiles já devolveu a medalha. E, embora revisões de pontuação não sejam incomuns, o caso de Chiles não é comum.

No passado, atletas perderam medalhas quando o Comitê Olímpico Internacional encontrou evidências de uso ilegal de substâncias.

O astro Usain Bolt foi forçado a devolver uma medalha de ouro olímpica que ganhou no revezamento 4x100m na Olimpíada de Pequim 2008 depois que foi revelado que seu companheiro de equipe, Nesta Carter, havia testado positivo para uma substância proibida.


Este conteúdo foi criado originalmente em Internacional.

Via CNN

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