quinta-feira, janeiro 30, 2025
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Brics pode ser um risco para o Brasil, alerta economista

A possível escalada de tensões comerciais entre os Estados Unidos e o grupo formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) pode representar um risco para o Brasil, segundo análise para Oeste feita pelo economista Carlos Honorato, professor da FIA Business School.

Ele destacou que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem focado seus esforços em neutralizar a China como potência econômica. Isso pode afetar diretamente os países do bloco, incluindo o Brasil.

“O Brics pode ser um elemento de risco para o Brasil”, afirmou Honorato. “À medida que Trump coloca tarifas não só sobre a China, mas sobre o Brics, isso vai nos afetar diretamente.”

O economista ressaltou a importância de o país se preparar para cenários adversos, já que as esperadas medidas protecionistas de Trump podem impactar as exportações brasileiras e a economia como um todo.

Honorato descreveu Trump como um líder com “capacidade de comunicação impecável” e um negociador habilidoso. “Ele é midiático, jogador, vem do mercado imobiliário e tem uma postura de negociação muito olho no olho”, explicou.

Há no entanto um risco, caso o presidente dos Estados Unidos (EUA) extrapole nesse tipo de discurso, acrescenta ele. Por tal visão, o uso excessivo de ameaças pode ter consequências negativas até para os EUA.

“Se você aumenta taxação sobre produtos básicos em uma economia como a norte-americana, que já está com atividade alta, você vai ter um processo inflacionário com quase total certeza.”

O foco de Trump, segundo o economista, está claramente voltado para a China. “Ele vai querer neutralizar a China do ponto de vista de potência econômica até mais do que um olhar político sobre a Rússia, por exemplo”, disse.

Caso da Colômbia é exemplo para o Brics

Essa estratégia, no entanto, pode se estender aos demais países do Brics, especialmente se o bloco for visto como uma ameaça aos interesses comerciais dos EUA.

Para Honorato, é crucial que o Brasil se prepare para possíveis retaliações comerciais. “É muito importante, nesse momento, criar e conduzir cenários para pensar quais são as alternativas que a gente tem caso isso efetivamente aconteça”, afirmou.

“Não dá para dizer que é só retórica, mas também dizer que ele vai entrar no primeiro dia, na primeira semana, primeiro mês, já sendo absolutamente radical, vai depender muito da reação e do interlocutor do outro lado.”

Ele lembrou que, embora Trump nem sempre cumpra suas promessas de forma imediata, sua retórica e ações têm impacto significativo.

“O caso da Colômbia foi nítido”, lembrou ele, sobre a discussão a respeito da entrada dos deportados ao país. “Houve uma força do país para não receber deportados, mas eles tiveram que voltar atrás.”

Para ele, Trump mostra eficiência ao colocar seus planos em prática.

“Tem um pouco de retórica e um pouco de ação do Trump, que bem ou mal consegue o resultado que ele quer, de recolocar, principalmente ele, em evidência, e os Estados Unidos numa posição relevante nesse cenário conturbado internacional.”



Via Revista Oeste

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