Muita gente imagina que o golfe é um esporte elitista e que poucos têm acesso. Mas o que quase ninguém sabe é que um grupo de pessoas com Síndrome de Down faz escolinha de golfe no Campo Olímpico, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. No mesmo lugar onde atletas do mundo inteiro participam das competições profissionais.
Na edição do Brazil Open Tour de 2024, nas etapas do PGA Tour Américas, todos os golfistas do projeto social estavam lá, empolgados e felizes por serem voluntários em um dos torneios de golfe mais importantes do mundo.
A diretora do departamento de inclusão e desenvolvimento da Confederação Brasileira de Golfe, Juracy Barros dos Santos, conta que o esporte respeita muito as pessoas com deficiência e que o projeto “começou há cinco anos, foi recebido pelo Campo Olímpico de portas abertas com toda a infraestrutura para o desenvolvimento”.
No penúltimo dia das competições, a CNN, que participa do evento como Media Partner, conversou com alguns desses voluntários. Conhecemos um pouco de suas histórias e como o esporte tem contribuído para o desenvolvimento de cada um deles.
Moradora da cidade de Mesquita, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, a dona Ester de Freitas, mãe do João Paulo que tem Síndrome de Down e 28 anos, diz que o projeto é muito gratificante.
Quando a gente tem uma pessoa que abraça a nossa causa, que trabalha com os nossos filhos, que pode nos dar todo o carinho e tudo que eles precisam, que nos respeita, isso é muito importante. Isso aqui pra ele é vida, é natureza, é novidade, é a presença dele junto com os amigos, isso é muito bom. Então essa convivência que não temos em casa, que não temos facilidade de ver isso, é muito gratificante
Dona Ester de Freitas
Para Ricardo Manhães, de 41 anos, outro participante do projeto e morador da Vila da Penha, na Zona Norte da cidade, estar no Brazil Open “é uma ótima experiência para interagir com outras pessoas que vem de outras lugares. Em um lugar bom, com movimento, onde conhece novas pessoas. Fica junto com os amigos e é ótimo!”
Sorridente, ele ainda comenta o que faz quando está perto dos golfistas profissionais: “a gente pergunta se eles querem alguma ajuda, uma água. Assiste a um pouquinho do golfe. É uma sensação única”.
O bate-papo com toda turma foi muito descontraído. E a cada conversa ficou nítida a satisfação deles em estarem naquele lugar. Um lugar que ao contrário do que muitos pensam, é para todos e de todos. Onde principalmente, o esporte, mais uma vez é usado como ferramenta agregadora e de transformações.