Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma solução sustentável e provavelmente mais barata para cultivar mudas mais rapidamente na agricultura. Trata-se de um material feito à base de algas, que é enrolado nas raízes das plantas, formando um “vasinho” enquanto libera fertilizantes.
Atualmente, existe um produto semelhante no mercado, mas ele é importado e tem um alto custo para os agricultores. Os cientistas brasileiros criaram uma alternativa que, além de resolver essa questão, também pode reduzir o consumo de microplástico nas plantações e diminuir o impacto ambiental.
Os resultados do projeto, realizado em parceria com um produtor de antúrios em Holambra, no interior de São Paulo, foram publicados na revista Cellulos.
“Vasinho” fertilizante brasileiro é opção acessível e sustentável
- O material desenvolvido por pesquisadores brasileiros é feito de carragena, substância extraída de algas vermelhas, e alginato, obtido de algas marinhas marrons.
- Ele foi construído para armazenar um fertilizante chamado MAP, amplamente empregado em diversas culturas.
- Além disso, possui nanofibras de celulose em sua estrutura para garantir a firmeza necessária para sustentar as raízes das mudas.
- A partir desse filme, os cientistas moldaram vasinhos que podem substituir os importados.
- Os resultados de testes práticos de produtividade ainda não foram publicados, mas é, sem dúvida, uma alternativa mais sustentável.
- Experimentos de degradação mostraram que o material desaparece após 90 dias de uso.
- A vantagem de menor impacto ambiental também se reflete no menor uso de microplástico, já que o vasinho é feito majoritariamente de material orgânico.
Material pode ser produzido em escala no futuro
Claudinei Fonseca Souza, um dos pesquisadores envolvidos no projeto, afirma à Agência FAPESP que é viável produzir o filme em grande escala no Brasil, devido ao fácil acesso a algas e à liderança na produção de celulose. No entanto, ainda é necessário passar por algumas etapas até chegar ao início da produção comercial.
Para chegar à escala, precisamos desenvolver essa parte final, analisar os resultados do trabalho de campo e patentear o material. Estamos procurando matérias-primas que existam em abundância e tenham um preço acessível, porque não adianta nada desenvolver um filme excelente e muito caro, que não chegue ao agricultor.
Claudinei Fonseca Souza para a Agência FAPESP
Ele destaca que a base de algas e nanocelulose oferece várias vantagens, como a economia de fertilizantes e a possibilidade de substituir o plástico na agricultura. A iniciativa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).