Há uma sensível diferença de percepção entre o Palácio do Planalto e o Itamaraty sobre a posse de Javier Milei e as futuras relações entre o presidente da Argentina e do Brasil.
Enquanto o Itamaraty diz que a relação começou com o “pé direito”, no Planalto, a avaliação é que a posse de Milei foi uma “festa da extrema direita”.
Auxiliares diretos de Lula dizem que a relação entre os dois países vai permanecer institucional dentro do Mercosul, do G-20 e com avanço em projetos de integração regional de infraestrutura.
Mas não enxergam uma relação pessoal entre Milei e Lula e não preveem nenhuma aproximação por enquanto. Permanece o clima de incômodo com a recepção a Jair Bolsonaro, a Viktor Orban e a outros líderes da direita.
No Itamaraty, existe o reconhecimento de que a ofensa sofrida por Lula foi pesada, quando Milei o chamou de “corrupto”, mas a chancelaria está otimista.
Os diplomatas ressaltam o bom tratamento recebido pelo ministro Mauro Vieira, que foi o primeiro a cumprimentar Milei, e as relações que vem sendo estabelecidas entre ele e a chanceler argentina, Diana Mondino. “Nessas horas os gestos também importam. Não é preciso pressa, nem ansiedade em nível presidencial”, disse uma fonte do Itamaraty.
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