quinta-feira, novembro 21, 2024
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Brasil tem 11,4 milhões que não sabem ler

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a taxa de alfabetização no Brasil para pessoas de 15 anos ou mais atingiu 93% em 2022, conforme os dados do Censo Demográfico desse ano. Este é o maior índice registrado desde 1940, ano do primeiro censo realizado pelo IBGE, quando a taxa era de apenas 44%.

Embora haja progresso, ainda existiam 11,4 milhões de analfabetos em 2022, o que corresponde a 7% da população nessa faixa etária, número equivalente à população da cidade de São Paulo. Em termos absolutos, havia 151,5 milhões de brasileiros alfabetizados com 15 anos ou mais em 2022.

O analfabetismo prevalece mais entre os idosos. Em 2022, 20,3% dos brasileiros com 65 anos ou mais eram analfabetos, uma diminuição em relação aos 29,4% em 2010. Esse grupo constitui 39,4% do total de analfabetos no país. O IBGE atribui essa situação à “dívida educacional brasileira”, resultado de investimentos insuficientes em educação nas décadas anteriores.

Betina Fresneda, analista do IBGE, explicou que a taxa de analfabetismo é um reflexo das políticas educacionais passadas e não muda rapidamente. O estudo também mostrou que as mulheres de 15 anos ou mais possuem uma taxa de alfabetização ligeiramente superior à dos homens, com 93,5% contra 92,5% em 2022.

Desigualdades raciais e regionais permanecem

O censo também expôs desigualdades raciais na alfabetização. A taxa de analfabetismo entre pretos diminuiu de 14,4% em 2010 para 10,1% em 2022, enquanto entre brancos, caiu de 5,9% para 4,3%. Entre pardos, a taxa reduziu de 13% para 8,8%, e entre indígenas, de 23,3% para 16,1%.

As disparidades regionais são marcantes. O Nordeste, com uma taxa de alfabetização de 85,8% em 2022, ainda apresenta o maior índice de analfabetismo (14,2%). Em contraste, o Sul e o Sudeste têm as maiores taxas de alfabetização, com 96,6% e 96,1%, respectivamente. Santa Catarina lidera o ranking estadual com 97,3% de alfabetizados, seguida pelo Distrito Federal (97,2%) e São Paulo (96,9%).

Entre os municípios, São João do Oeste, em Santa Catarina, teve a menor taxa de analfabetismo do país, com apenas 0,9%. No extremo oposto, Alto Alegre, em Roraima, registrou a maior taxa, com 36,8%. A analista do IBGE, Fresneda, afirmou que a distribuição de recursos para educação varia significativamente entre as regiões.

Alagoas foi o Estado que mais aumentou sua taxa de alfabetização entre 2010 e 2022, com um acréscimo de 6,7 pontos percentuais, apesar de ainda estar na última posição no ranking.

Via Revista Oeste

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