A cúpula pela paz na Ucrânia, realizada na Suíça e que contou com cerca de 60 líderes mundiais, terminou com uma declaração conjunta apelando à segurança nuclear e marítima. Contudo, o Brasil e outros 11 países em desenvolvimento recusaram-se a assinar o documento, segundo informações do governo suíço.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou à Europa nesta semana, decidiu não participar do encontro. De acordo com a agência de notícias Reuters, o governo brasileiro acredita que “não fazia sentido participar da cúpula, pois não envolve os dois lados em conflito”.
Lula rejeitou os convites da presidente da Suíça, Viola Amherd, e enviou a embaixadora brasileira no país como representante. O documento, sem colaboração brasileira, foi divulgado neste domingo, 16.
Brasil e outros países que não assinaram declaração em favor da paz na Ucrânia
Além do Brasil, Índia, Arábia Saudita e África do Sul, membros do grupo Brics, e o México também se recusaram a assinar. Outros países como Armênia, Bahrein, Indonésia, Eslováquia, Líbia, Tailândia e Emirados Árabes Unidos também não assinaram. Enquanto isso, 80 nações, incluindo a maioria da União Europeia, os Estados Unidos, o Japão, a Argentina, o Chile e o Equador marcaram posição pela paz na Ucrânia.
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No fim da segunda sessão plenária de líderes da cúpula, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu às delegações pela participação e pelo apoio público. Ele destacou a importância de evitar perigos nas centrais nucleares.
“Estou grato que os participantes nesta conferência compreenderam isto e a necessidade de restaurar a segurança total na fábrica de Zaporizhzhia, capturada pela Rússia”, afirmou Zelensky.
O documento da cúpula também defende a integridade territorial da Ucrânia diante da invasão russa. Além disso, o material solicita a colaboração do país invasor — a Rússia, no caso — na troca de prisioneiros de guerra e devolução de crianças. Zelensky ainda agradeceu pelo apoio em garantir uma navegação segura e preservar o fluxo de alimentos.
“Quero enfatizar que a segurança alimentar é vital, não somente para os países do Sul Global, mas literalmente para todos os países do mundo”, disse o presidente da Ucrânia. “Qualquer perturbação nos mercados de alimentos é um caminho direto para o caos que a Rússia deseja.”