No texto O eleitorado consolida sua preferência à direita, desta terça-feira, 29, o jornal O Estado de S. Paulo afirma que o Brasil sai das eleições de 2024 com duas marcas: uma esquerda em crise e dependente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma direita fortalecida que busca um líder para 2026.
O editorial de opinião também destaca que o país sai das urnas com uma política “mais pragmática e menos polarizada”.
“Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; e uma esquerda em crise”, escreveu o Estadão.
Para o jornal, houve ainda um desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional: Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, continua a publicação, “o centro triunfou, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica”.
O editorial refere-se à ascensão do PSD, de Gilbeto Kassad, que venceu em 887 prefeituras, em todas as regiões do Brasil, e do MDB, que conquistou 853 cadeiras no Executivo municipal. Mas o texto complementa: “os partidos estavam munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares”.
A queda da esquerda
O Estadão destaca ainda que, mesmo com a máquina do Executivo nacional, este foi o pior resultado da esquerda nas urnas desde a redemocratização. Prova disso foi a sua desidratação no Nordeste, onde ganhou em apenas duas capitais. Já em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar no país.
” Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas”, afirmou o jornal.
Ainda de acordo com o jornal, a credibilidade do PT para executar as pauta sociais foi maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista.
“Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor”, analisou o texto.
No entanto, o editorial diz que, olhando para as eleições presidenciais de 2026, “Lula sempre será um candidato forte”. “Mas está envelhecido, em idade e ideias”.
Além de isolado, Lula já não contaria sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. “As moedas de troca com um centrão minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado, e elas apontam para a direita”.