O Brasil registrou quase 2 mil focos de incêndio neste domingo, 22. Os dados foram fornecidos pelo sistema BDQueimadas, gerenciado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A Amazônia concentra a maior parte das ocorrências, com 1.196, que representa mais de 60% do total. Mato Grosso é o Estado que teve o maior número de queimadas, com 547 focos registrados, seguido por Amazonas, 448, e Rondônia, 239.
Setembro já ultrapassou o número de focos de incêndio de agosto e é, até o momento, o pior mês deste ano quanto ao número de queimadas. O mês acumula mais de 72 mil focos de incêndio.
Em 2024, são 200 mil ocorrências do tipo. Dos seis biomas presentes no Brasil, cinco registraram a incidência de fogo.
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Agosto, por sua vez, contabilizou o pior número de queimadas em 14 anos. Foram mais de 68 mil ocorrências, o quinto maior da série histórica, que começou em 1998. O dado representa uma alta de 144%, em relação ao mesmo período de 2023.
O país também vive uma seca histórica, com a pior estiagem em 44 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI).
Incêndio não é causado pela mudança climática, diz climatologista
Em entrevista ao Jornal da Oeste, o climatologista Ricardo Felício afirmou que a estiagem vivida pelo Brasil “não pode ser atribuída à mudança climática”. O especialista recorda que a seca é típica desta atual estação.
De acordo com o pesquisador, o evento já ocorreu nos anos de 1963, 1967, 1993 e 2014. Portanto, “a estiagem sempre apareceu e está dentro da normalidade”.
Em relação aos incêndios, o climatologista considera que “há grupos que estão a atear fogo para culpar os pequenos e médios agricultores”, com o objetivo de “impor o discurso de mudança climática”.
“Quando era o outro presidente [Bolsonaro], a culpa era dele”, afirmou Felício. “Agora, a culpa é desse espantalho chamado mudança climática, tem bastante ideologia sobre isso.”