O Brasil registrou R$ 21,3 bilhões de déficit primário em julho. O mês fiscal negativo contribuiu para a dívida pública bruta atingir a marca de 78,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ante os 77,8% do mês anterior. O Banco Central divulgou os dados nesta sexta-feira, 30.
O déficit primário representa o resultado das contas do setor público, que são as despesas menos as receitas, sem levar em consideração o pagamento dos juros da dívida pública.
Especialistas da agência de notícias Reuters estimavam um resultado negativo de R$ 5 bilhões no período. O Itaú esboçou um cenário deficitário de R$ 12,9 bilhões.
Apesar do saldo negativo ter sido maior do que o esperado pelo mercado, o resultado é menor do que o registrado no mesmo período no ano anterior. O terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou déficit de R$ 35,8 bilhões em julho de 2023.
Segundo o BC, os governos regionais contribuíram com R$ 11,1 bilhões negativos no mês. O governo central apresentou déficit de R$ 8,6 bilhões, e as empresas estatais R$ 1,7 bilhão.
O Banco Central informou que o mês negativo decorreu dos juros nominais apropriados, que subiram 0,7%. A taxa das emissões líquidas subiu 0,4%.
Juros nominais são a taxa de juros anunciada ou acordada entre o emprestador e o tomador de um empréstimo, antes de qualquer ajuste ou correção.
“Em 12 meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$ 257,7 bilhões, equivalente a 2,29% do PIB e 0,15 pontos porcentuais inferior ao déficit acumulado nos doze meses até junho”, informou o Banco Central, em nota.
Arrecadação de impostos bateu recorde no Brasil, mesmo com déficit
Na última quinta-feira, 29, a Receita Federal anunciou que a arrecadação somou R$ 231 bilhões em julho. O número é 9,6% maior, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, que registrou R$ 210,9 milhões.
A dívida líquida em julho, por sua vez, equivale a 61,9% do PIB. A marca é 0,3% menor do que o mês anterior.