quinta-feira, novembro 21, 2024
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Brasil quer repatriar fósseis de Lagoa Santa

Fósseis pré-históricos descobertos em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, continuam a ser motivo de disputa entre Brasil e Dinamarca. As peças, encontradas em 1845 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund, foram enviadas ao Museu de História Natural da Dinamarca no mesmo ano e permanecem, até hoje, enroladas nos jornais do século XIX.

Luiz Antônio Cruz Souza, vice-presidente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e Pesquisa em História Natural da UFMG, defende que o acervo, composto por mais de 12 mil peças, deve retornar ao Brasil para que seja estudado de forma mais adequada.

“A forma como Lund armazenou os ossos também é um acervo histórico. É necessário repatriar esse material de maneira diplomática, já que ele foi extraído do nosso solo”, destacou Souza em entrevista ao podcast Gerais no g1.

Fósseis exibidos no Museu Peter Lundi em Lagoa Santa. (Imagem: Parque Estadual do Sumidouro)

A questão ganhou destaque recentemente após o retorno de um manto Tupinambá do século XVI, também proveniente do Museu de História Natural da Dinamarca, ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Esse precedente abriu caminho para a discussão sobre a repatriação dos fósseis de Lagoa Santa.

Controvérsia sobre 82 fósseis em Lagoa Santa

Em 2012, o Museu de História Natural da Dinamarca cedeu 82 fósseis para a inauguração do Museu Peter Lund, em Lagoa Santa, com prazo de empréstimo de três anos. No entanto, mais de dez anos se passaram, e o material continua no Brasil. Há seis meses, a Dinamarca solicitou a devolução dos fósseis, mas ainda não obteve uma resposta oficial.

O destino desses fósseis gerou um impasse. Enquanto algumas vozes defendem o retorno do acervo à Dinamarca, outros acreditam que o material deve permanecer no Brasil para estudos e preservação.

museu peter lundi
Museu Peter Lund, em Lagoa Santa (MG). (Imagem: Prefeitura de Lagoa Santa)

Posicionamento das autoridades brasileiras

  • A Prefeitura de Lagoa Santa, responsável pelo acervo durante o período de empréstimo, informou o g1 que os fósseis agora estão sob a guarda do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais, com o destino sendo responsabilidade da Casa Civil do Governo do Estado.
  • O governo estadual ressaltou a importância histórica e científica dos fósseis e afirmou que está em diálogo com o Museu de História Natural da Dinamarca para resolver a situação.
  • Por enquanto, a equipe do museu dinamarquês, que está em período de férias, ainda não deu uma resposta definitiva sobre a devolução dos fósseis ao seu país de origem.

Via Olhar Digital

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