quinta-feira, novembro 21, 2024
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Brasil investe R$ 1 bi em laboratório de biossegurança máxima

O Brasil vai investir R$ 1 bilhão para a criação do maior laboratório de biossegurança máxima das Américas do Sul, Central e Caribe. O espaço será local de estudo e prevenção de patógenos, importante aliado para detectar doenças e desafios emergentes no país e na região – e evitar próximas pandemias.

Além disso, o laboratório coloca o País como referência na pesquisa científica e terá colaboração de instituições internacionais.

Como será o laboratório de biossegurança

Com investimento de R$ 1 bilhão, o laboratório de biossegurança foi batizado de Órion e ficará no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).

Ele será um complexo de contenção biológica máxima, o primeiro NB4 (nível de biossegurança 4) do mundo a funcionar de modo integrado com uma fonte de luz síncrotron.

O The Conversation explicou a importância disso:

  • Após a pandemia de Covid-19, o laboratório servirá como local de estudos de patógenos de segurança máxima, capaz de prever e prevenir de futuras ameaças biológicas;
  • O termo NB4 se refere ao nível de segurança do local. O nível conta com sistemas de filtragem de ar para impedir a fuga dos patógenos, equipamentos de proteção individual, treinamento rígido e controle rigoroso de acesso;
  • Já os laboratórios NB3 são feitos para estudar agentes patógenos que podem causar doenças graves em seres humanos; ainda não há vacina ou tratamento disponível;
  • Os laboratórios NB2 são projetados para estudar agentes biológicos que podem causar doenças, mas que os riscos de propagação são limitados. Eles são mais comuns em ambientes acadêmicos e hospitalares;
  • O NB1 é o mais baixo e trabalha com microorganismos com probabilidade mínima de causar doenças ao ser humano.
Representação artística do laboratório Órion, que será construído em Campinas (SP), colocando o Brasil como único país no mundo a ter instalação desse tipo conectada a fonte de luz síncrotron (Imagem: Divulgação/CNPEM)

Integração com acelerador de partículas brasileiro

O complexo Órion ainda terá integração com três das 38 linhas de luz síncrotron do acelerador de partículas Sirius (quando ele estiver concluído).

A radiação emitida por ele permite ver com detalhes as estruturas da composição dos organismos e matérias em diferentes escalas e em tempo real. Isso possibilita a observação de, por exemplo, como uma célula infectada por um patógeno se modifica enquanto isso acontece.

Laboratório de biossegurança vai fomentar pesquisa e colaboração

O laboratório de biossegurança ainda terá cursos de treinamento para pesquisadores interessados em trabalhar com biossegurança.

A estrutura permite outras atividades no mesmo local, permitindo que os interessados, selecionados por edital, tenham acesso a equipamentos de ponta (e, muitas vezes, inacessíveis) para ampliar o escopo de suas pesquisas.

Ainda, o Órion terá colaboração com instituições brasileiras, como Fiocruz, Instituto Butantan, universidades e o Ministério da Saúde e Ciência e Tecnologia, e internacionais, como o Instituto Koch, da Alemanha.

Acelerador de partículas Sirius (Imagem: Divulgação/CNPEM)

Importância da iniciativa

Para além de colocar o Brasil em posição de destaque na pesquisa global, o laboratório de biossegurança máxima vai dar condições para o estudo de patógenos e como preveni-los, podendo ajudar no enfrentamento de desafios emergentes da região.

O investimento bilionário vem em contexto de pós-pandemia e da necessidade de dispor de infraestrutura e planos de contingência para lidar com possível próxima ameaça de saúde.

Via Olhar Digital

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