Os governos do Brasil e da Suécia assinaram no último sábado, 9, uma carta de intenções para ampliação da compra recíproca de aeronaves. A Força Área Brasileira (FAB) vai adquirir caças suecos Gripen, e os europeus pretendem comprar o modelo C-390 Millennium, da Embraer. A informação foi divulgada pelo Ministério da Defesa da Suécia.
As negociações do governo brasileiro para a compra de aeronaves suecas já duram uma década. Em 2014, o Brasil assinou um contrato com a empresa Saab para a compra de 36 aeronaves modelo Gripen. Segundo o governo sueco, oito caças foram entregues desde então.
“A Saab e a fabricante aeroespacial brasileira Embraer também iniciaram a produção conjunta de aeronaves Gripen no Brasil. O Brasil declarou agora que planeja aumentar o contrato atual para as aeronaves Gripen em 25%”, informou, em nota, Johan Hjelmstrand, assessor de imprensa do ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, que se encontrou com José Múcio, ministro da Defesa do Brasil, em Natal, neste fim de semana.
O governo do país nórdico informou ainda que, diante do interesse da Suécia na compra do C-390, produzido pelo Brasil, “o governo sueco está pronto para incumbir a Administração Sueca de Material de Defesa e as Forças Armadas Suecas de iniciarem negociações com o objetivo de comprar aeronaves C-390”.
Os caças suecos modelo Gripen custaram US$ 4,5 bilhões (R$ 26 bilhões em valores atuais) aos cofres públicos. A aeronave é considerada a mais moderna em operação na América Latina e cobre a distância entre as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro em 12 minutos.
O caça modelo Gripen consegue atingir uma velocidade máxima de 2.400 quilômetros por hora. Ou seja, quase o dobro da velocidade do som, que é de 1.234 km/h em condições climáticas e de pressão naturais.
Debaixo das asas, o Gripen pode levar até 7,2 toneladas de armamentos. Uma dessas armas é o míssil Meteor, capaz de atingir alvos em um raio de até 200 quilômetros. Outro é o Iris-T, com alcance de até 30 quilômetros.
Embraer se manifesta sobre compra de aeronaves pela Suécia
Sobre a escolha do governo sueco em adquirir aeronaves modelo C-390, do Brasil, o presidente da Embraer, Bosco da Costa Junior, afirmou que a decisão confirma que o modelo é avançado.
“A Embraer sente-se honrada com a escolha da Suécia. Depois que vários países pertencentes à União Europeia e à Otan selecionarem o C-390, essa decisão confirma o fato de que a nossa aeronave multimissão representa um tremendo avanço de capacidade operacional em relação às aeronaves de transporte tático da geração anterior”, disse.
Costa Junior afirmou ainda que “a aeronave está sendo reconhecida, gradualmente, pelas Forças Aéreas mais avançadas do mundo, como a Força Aérea Sueca. Essa seleção nos incentiva a oferecer aos nossos clientes o transporte tático de que necessitam para realizar suas missões mais desafiadoras com versatilidade, confiabilidade e desempenho inigualáveis”.
A Suécia é a sexta nação europeia a escolher a aeronave, juntamente com Áustria, República Tcheca, Hungria, Holanda e Portugal, informou a Embraer. Segundo a FAB, o modelo “é um cargueiro estratégico com capacidade para transportar até 26 toneladas de carga, incluindo veículos pesados, equipamentos e até mesmo cargas humanitárias, sendo capaz de realizar diversas missões, como transporte aéreo logístico, reabastecimento em voo, evacuação aeromédica, busca e salvamento”.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado