sábado, novembro 16, 2024
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Brasil é o maior poluidor na América Latina

Todos os anos, 1,3 milhão de toneladas de plástico são descartadas no oceano pelo Brasil, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (17) pela ONG Oceana. O volume representa 8% desse tipo de poluição em todo o planeta e coloca o país como o oitavo maior poluidor global e o primeiro na América Latina

O estudo mostrou que o problema já se tornou uma questão de saúde pública: microplásticos foram encontrados em 9 das 10 espécies de peixes mais consumidos globalmente. Além disso, 98% dos peixes analisados em riachos da Amazônia continham plástico no intestino e nas brânquias.

Os dados estão no relatório Fragmentos da Destruição: impactos do plástico à biodiversidade marinha brasileira, que atualiza informações coletadas sobre o mesmo assunto em 2022.

Tartarugas são as mais ameaçadas pela poluição marinha (Imagem: Instituto Mar Urbano/Divulgação)

As descobertas do estudo

  • 85% das espécies marinhas que ingeriram plástico estão em risco de extinção;
  • 1 em cada 10 animais marinhos que ingeriu plástico morreu;
  • 200 espécies marinhas já foram registradas com ingestão de plástico no Brasil;
  • 98% dos peixes amazônicos analisados continham plástico ou microplástico no intestino e nas brânquias;  
  • 70% das tartarugas verdes ingeriram plástico; em algumas regiões do Brasil, esse índice chega a 100%;
  • Fragmentos de sacolas e embalagens flexíveis são os itens mais ingeridos por tartarugas;
  • 77% dos estômagos analisados de aves, tartarugas e mamíferos tinham plástico;
  • 49,5% das espécies de aves, répteis e mamíferos analisados pelo Projeto de Monitoramento de Praias continham plástico no estômago.
Pesquisadores pedem aprovação de lei (Imagem: Instituto Mar Urbano/Divulgação)

Pressão por mudanças

O grupo de pesquisadores espera que o relatório seja usado para pressionar a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2524/2022, atualmente sem previsão de análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado.

A proposta tem o apoio de 80 organizações da sociedade civil e propõe a implementação de uma Economia Circular do Plástico por meio de medidas que reinserem o plástico no sistema de produção e consumo.

“O Brasil, mesmo sendo o maior produtor de plástico da América Latina e um dos poucos países sem uma legislação específica contra a poluição plástica, ainda tem a oportunidade de destacar-se nessa luta”, diz o diretor-geral da Oceana, Ademilson Zamboni.

Via Olhar Digital

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