terça-feira, novembro 26, 2024
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Brasil e Itália apuram esquema entre máfia calabresa, CV e PCC

Procuradores brasileiros e italianos estão unidos para investigar a ligação entre as facções criminosas brasileiras Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) com a máfia ‘Ndrangheta, da Calábria, no sul da Itália. A parceria entre autoridades dos dois países surgiu depois que o mafioso Vincenzo Pasquino decidiu cooperar com a Justiça.

O objetivo da operação conjunta é desmantelar as conexões internacionais e fortalecer a cooperação contra o crime organizado. Em outubro, promotores e procuradores brasileiros se reuniram com Giovanni Melillo, procurador nacional antimáfia italiano, em Foz do Iguaçu.

Dias depois, Paulo Gonet, procurador-geral da República, viajou a Roma para discutir detalhes com seus colegas italianos. Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo, também participou dos encontros.

Paulo Gonet
Paulo Gonet, procurador-geral da República, viajou a Roma para discutir investigação com a Justiça italiana | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Operação Eureka contra mafiosos, CV e PCC

A força-tarefa conta com um procurador do Ministério Público Federal, Lincoln Gakiya, representando a unidade do órgão em São Paulo, e um promotor do Rio de Janeiro. Na Itália, os brasileiros buscaram não apenas a delação premiada de Pasquino, mas também informações da Operação Eureka, uma das maiores ações contra o crime organizado, realizada em maio pela Europol.

A operação envolveu polícias de seis países, resultando na detenção de 108 criminosos e na apreensão de 23 toneladas de cocaína.

No Brasil, a Eureka levou à prisão de Vincenzo Pasquino e Rocco Morabito, líder da ‘Ndrangheta, em João Pessoa, Paraíba, em 2021. A ação foi uma colaboração entre a Polícia Federal e a polícia italiana.

Pasquino estava foragido desde 2019, acusado de associação mafiosa na Operação Cerbero por suas ligações com o grupo da ‘Ndrangheta de Volpiano, no Piemonte. Ele desempenhava um papel crucial no tráfico de drogas da América do Sul para a Europa.

Prisão e papel estratégico de Rocco Morabito

Rocco Morabito foi identificado pela procuradoria italiana como “promotor, dirigente, organizador e financiador” das operações mafiosas no Brasil. Ele era responsável por decisões estratégicas no narcotráfico na América do Sul, mantendo relações com fornecedores de cocaína e intervindo em disputas mafiosas para evitar assassinatos.

Logística e rotas de tráfico de drogas

Além das ações no Brasil, a máfia utilizava portos no Equador, Panamá e Colômbia para enviar cocaína à Itália. Um exemplo é uma carga de 102 quilos de cocaína escondida em bananas, que saiu de Puerto Bolívar, no Equador, até o Porto Rodman, no Panamá, antes de chegar a Gioia Tauro.

Na Colômbia, a ‘Ndrangheta contava com o apoio de grupos paramilitares como o Clã do Golfo, liderado até 2021 por Dario Antonio Úsaga, conhecido como Otoniel, um dos maiores narcotraficantes do mundo.

Via Revista Oeste

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