O governo do Brasil decidiu acionar a Colômbia para uma ação diplomática conjunta depois de a Corte Suprema da Venezuela, controlada pelo chavismo, confirmar a reeleição do ditador Nicolás Maduro.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou o dia em compromissos públicos e não se manifestou sobre a decisão. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, um comunicado oficial do Brasil e da Colômbia deve ser publicado nesta sexta-feira, 23, depois de consultas ao presidente colombiano, Gustavo Petro.
Além disso, em viagem às Filipinas, o chanceler Mauro Vieira também começou a articular com seu par colombiano, Luis Murillo, sobre a questão.
Nesta quinta-feira, 22, o Tribunal Supremo de Justiça venezuelano ratificou a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho. A Corte, no entanto, não divulgou os documentos que embasaram a decisão.
Maduro foi declarado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado pelo regime chavista, com 52% dos votos contra 43% de Edmundo González. A oposição denunciou fraude e afirma que González venceu o pleito com 67% dos votos.
Brasil afirma que só vai reconhecer presidente depois de atas serem publicadas
Na semana passada, o governo Lula afirmou que só reconheceria um presidente eleito na Venezuela depois da disponibilização e verificação transparente dos dados eleitorais.
Maduro alega que um ataque hacker teria impedido a divulgação completa das atas pelo CNE. O Tribunal Supremo de Justiça disse que sua decisão é inapelável e impediu a divulgação dos boletins.
A presidente do TSJ, Caryslia Rodriguez, afirmou que os peritos “certificam inquestionavelmente o material da perícia e validaram os resultados emitidos pelo CNE em que Nicolás Maduro foi eleito.” Segundo ela, os boletins estão respaldados pelas atas das máquinas de votação e coincidem com os registros das bases de dados.