segunda-feira, novembro 25, 2024
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Brasil e Argentina não discutem cerco da Venezuela a embaixada

Desde que os diplomatas argentinos foram expulsos, há quatro meses, a Embaixada da Argentina em Caracas, na Venezuela, está sob a responsabilidade do Brasil. O local abriga seis asilados políticos, associados à líder da coalizão opositora ao regime ditatorial de Nicolás Maduro, María Corina Machado.

No último sábado, agentes do regime de Nicolás Maduro cercaram novamente a embaixada, o que aumentou a tensão. Os asilados denunciaram a interrupção da energia elétrica, ao passo que relatos sugerem que um gerador manteve o fornecimento interno.

Mesmo com o Brasil à frente dos interesses argentinos em Caracas, ambos os países não discutem a situação. Não houve sequer tentativas de contato formal entre Brasília e Buenos Aires, num cenário em que Luiz Inácio Lula da Silva e Javier Milei se colocam em lugares antagônicos.

Mudanças na chancelaria argentina

Imagem mostra patrulha da polícia da Venezuela nos arredores da Embaixada da Argentina | Foto: Reprodução/X/Twitter
Imagem mostra patrulha da polícia da Venezuela nos arredores da Embaixada da Argentina | Foto: Reprodução/X/Twitter

A chancelaria argentina passou por mudanças, com a saída de Diana Mondino e a entrada de Gerardo Werthein. Werthein, ex-embaixador nos EUA, sinalizou a intenção de manter relações comerciais com o Brasil, apesar das recentes tensões diplomáticas.

Em um comunicado, a diplomacia argentina criticou os atos “hostis e de intimidação contra as pessoas asiladas na embaixada” e expressou gratidão ao governo brasileiro por sua representação.

Entretanto, Brasília não se manifestou publicamente sobre o caso. As negociações entre os países ocorrem discretamente, com um funcionário brasileiro como ponto de contato com os asilados. Ele trabalha para garantir necessidades básicas, como alimentação.

Impasses na Venezuela

María Corina Machado e Edumundo González são líderes da oposição na Venezuela | Foto: Reprodução/Twitter/X
María Corina Machado e Edumundo González são líderes da oposição na Venezuela | Foto: Reprodução/Twitter/X

O Brasil discorda das ações dos asilados, que continuam a atuar na campanha política de María Corina Machado, em suposta violação à Convenção sobre Asilo Diplomático.

Apesar disso, o Brasil ofereceu o envio de uma aeronave para retirar os asilados da Venezuela. O regime de Maduro trabalha para impedir a saída deles do país, em outra possível violação da convenção internacional.

Depois do anúncio de uma nova investigação contra María Corina Machado, acusada de traição à pátria e conspiração, a líder da oposição convocou manifestações para o dia 1º de dezembro.

Embora os protestos em Caracas tenham diminuído em comparação a julho, nas eleições, a repressão permanece intensa. A relação entre Brasil e Venezuela tem se deteriorado, depois de críticas do regime de Maduro a instituições e figuras brasileiras, como o Ministério das Relações Exteriores e Celso Amorim. Ele é assessor do governo brasileiro.

Via Revista Oeste

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