domingo, setembro 29, 2024
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Brasil deve ter queda na população a partir de 2042, mostra IBGE

A população do Brasil deve começar a diminuir em 2042, conforme novas projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas nesta quinta-feira, 22. O órgão prevê que o número de habitantes atinja um pico de 220,43 milhões em 2041 e deve começar a declinar em seguida.

A tendência é que essa redução se acelere nas décadas subsequentes, com a população caindo para menos de 200 milhões, em 2070. As estimativas foram atualizadas com base nos dados do Censo Demográfico 2022 e na Pesquisa de Pós-Enumeração, que avalia a qualidade do recenseamento.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o IBGE também considerou informações de outras fontes sobre nascimentos, óbitos e migração. As projeções abrangem o período de 2000 a 2070.

“A gente vai ter a população crescendo cada vez a taxas menores, e o último ano de crescimento do Brasil seria 2041”, afirmou Marcio Minamiguchi, gerente de projeções e estimativas populacionais do IBGE, durante a apresentação dos dados. “A partir de 2042, a gente passaria a ter uma diminuição da população. Essa redução ocorreria em ritmo cada vez maior até 2070.”

A edição anterior das projeções foi publicada em 2018, antes da pandemia de covid-19, que pode ter influenciado a dinâmica demográfica. A crise sanitária pode ter causado a redução de nascimentos e o aumento de óbitos.

IBGE atualiza projeção

Em 2018, o IBGE projetava que a queda populacional começaria em 2048, com o pico de 233,2 milhões, em 2047. Minamiguchi destacou que o cenário atual é “um pouco diferente”. Segundo o gerente, os dados do Censo 2022 e novas informações sobre variáveis, como fecundidade, afetam as projeções divulgadas.

“Na projeção anterior, a fecundidade parecia estável, até com sinais de recuperação”, disse Minamiguch. “Após isso, na verdade, a trajetória foi mais no sentido de queda.”

Para a data de referência de 1º de julho de 2022, o IBGE projetou uma população de quase 210,9 milhões no Brasil, 3,9% acima do registrado no Censo 2022 (quase 203 milhões).

A nova previsão busca ajustar possíveis omissões de dados da contagem populacional, segundo Izabel Marri, gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE. A pesquisadora afirmou que esse procedimento é comum, não só no Brasil, pois erros são esperados em todos os censos.

“O censo não muda”, afirmou Izabel. “Ele conta a população, faz o melhor em campo que pode ser feito. Isso continua como está.”

Taxa de fecundidade

Taxa de fecundidade
Gráfico mostra a taxa de fecundidade | Foto: Reprodução/IBGE

O IBGE projetou populações de 211,7 milhões para 2023 e de 212,6 milhões para 2024. A taxa de fecundidade no Brasil, que era de 2,32 filhos por mulher em 2000, caiu para 1,58 em 2022.

A taxa deve diminuir até o início dos anos 2040, quando atinge 1,44 filho por mulher. Em seguida, espera-se uma leve recuperação, mas sem voltar aos níveis passados. Para 2070, a expectativa é de 1,5 filho por mulher.

O número de nascimentos deve cair de quase 2,6 milhões, em 2022, para 1,5 milhão, em 2070. Já a idade média da maternidade deve aumentar de 27,7 anos, em 2020, para 31,3, em 2070. Em 2000, essa média era de 25,3 anos.

Proporção de idosos

Gráfico de expectativa de vida
Gráfico mostra a expectativa de vida | Foto: Reprodução/IBGE

A proporção de pessoas com 60 anos ou mais deve aumentar de 15,6%, em 2023, para 37,8%, em 2070, o que transforma o Brasil em um país mais envelhecido. A proporção de crianças e adolescentes deve diminuir de 20,1%, em 2023, para 12%, em 2070.

“A gente vê uma mudança de composição bem nítida ao longo desse horizonte das projeções, passando de um país jovem para um país mais velho”, disse Minamiguchi.

A esperança de vida ao nascer deve subir de 76,4 anos, em 2023, para 83,9 anos, em 2070, com as mulheres vivendo mais do que os homens.

A taxa de mortalidade infantil deve cair de 12,5 óbitos por mil nascidos vivos, em 2023, para 5,8, em 2070. A redução e o envelhecimento da população trazem consequências para o país, como maior pressão sobre a previdência e desafios para o crescimento econômico, possivelmente reduzindo a força de trabalho.

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Os Estados de Alagoas e Rio Grande do Sul devem ser os primeiros a apresentar redução populacional, a partir de 2027, seguidos pelo Rio de Janeiro, em 2028. Em São Paulo, a queda populacional deve ocorrer em 2037. Até 2070, Mato Grosso será a única unidade federativa sem baixa no número de habitantes.

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Via Revista Oeste

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