O basquete brasileiro vive uma fase complicada, com as mulheres de fora de Tóquio 2020 e Paris 2024 e dos Mundiais de 2018 e 2022 e os homens trabalhando para tentar não repetir a segunda queda seguida ainda no Pré-Olímpico.
Há exatamente 30 anos, porém, era tudo diferente, já que a Seleção Brasileira Feminina conquistou o título mundial com vitória por 96 a 87 sobre a China, na Austrália, em 12 de junho de 1994.
A década de 1990 começou instável para a equipe: em 1990, décima posição no Mundial; no ano seguinte, 1991, título do Pan-Americano em Cuba; e, em 1992, penúltima colocação na estreia olímpica.
Em 1993, após altos e baixos, uma mudança importante foi feita nos bastidores. Miguel Ângelo da Luz deixou o time juvenil para assumir a equipe principal no lugar de Maria Helena Cardoso.
A Seleção atravessou o mundo com nomes históricos. A ala-armadora Hortência, a armadora ‘Magic’ Paula e a ala-armadora Janeth lideravam o elenco que tinha ainda as alas-armadoras Helen e Adriana, as alas-pivôs Leila e Roseli, as pivôs Alessandra, Cíntia Tuiú, Dalila, Simone e Ruth.
O Brasil não era apontado como favorito ao título, mas passou confiança na primeira fase ao vencer Taiwan e Polônia, perder para a Eslováquia e terminar na segunda colocação do Grupo C.
A consolidação como possível zebra veio na segunda fase, com triunfos sobre Cuba e Espanha e revés para a China. Com o segundo lugar do Grupo B, as brasileiras acabaram encontrando as americanas na semifinal.
Os Estados Unidos eram os atuais bicampeões, tinham vencido três dos últimos quatro Mundiais e haviam conquistado cinco títulos ao todo até então. Mas o que parecia improvável se tornou realidade com uma épica vitória por 110 a 107.
A decisão recolocou as chinesas como oponentes. Entretanto, mais uma vez, as brasileiras se superaram para sair com o triunfo. A cestinha brasileira foi Hortência, com 27 pontos, seguida, claro, por Janeth, com 20, e Paula, com 17.
O título mundial foi o ponto alto da época áurea do basquete feminino brasileiro. Ainda viriam duas medalhas olímpicas, a prata em Atlanta 1996 e o bronze em Sydney 2000, e as quartas colocações nos Mundiais de 1998 e 2006 e em Atenas 2004.
Agora, a expectativa está com duas pivôs brasileiras selecionadas no top 5 do Draft da WNBA nos últimos anos: Stephanie Soares, número 4 de 2023, escolhida pelo Washington Mystics e trocada imediatamente para o Dallas Wings, e Kamilla Cardoso, número 3 deste ano, pelo Chicago Sky.
Primeira fase
- Brasil 88 x 99 Eslováquia