A boxeadora Lin Yu-ting, de Taiwan, venceu neste domingo (4) a búlgara Svetlana Kamenova Staneva em duelo válido pelas quartas de final do boxe feminino até 57kg. A vitória de Yu-ting foi por unanimidade entre os árbitros e garantiu por enquanto a medalha de bronze para a atleta.
A decisão unânime dos juízes foi contestada pela rival búlgara, que reclamou bastante da adversária durante a luta e discordou da decisão final da equipe de árbitros quando foi anunciada a vitória da taiwanesa.
O duelo foi cercado de tensão e polêmica, já que Lin Yu-ting é uma das atletas reprovadas no teste de gênero da Associação Internacional de Boxe (IBA), mas que foram liberadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para participarem dos Jogos de Paris. Além da boxeadora de Taian, a argelina Imane Khelif também vive a mesma situação.
Antes da disputa entre Yu-ting e Staneva, a Federação Búlgara de Boxe demonstração reprovação em relação à participação da taiwanesa na competição.
Lin Yu-ting volta ao ringue agora na próxima quarta-feira (7) para encarar a turca Esra Yildiz Kahraman.
O Comitê Olímpico Internacional defendeu na última quinta-feira (1º) sua decisão de permitir que duas boxeadoras competissem na Olimpíada de Paris apesar de uma polêmica de gênero, dizendo que a dupla estava enfrentando “agressão” por causa de uma decisão anterior arbitrária.
Ambas as lutadoras haviam sido desqualificadas no Campeonato Mundial de 2023 após não cumprirem as regras de elegibilidade da Associação Internacional de Boxe, que impedem atletas com cromossomos XY masculinos de competir em eventos femininos.
Mas a IBA foi banida pelo COI no ano passado devido a questões de governança e finanças, com o órgão olímpico assumindo a realização da competição de boxe em Paris.
O COI disse que a decisão da IBA de desqualificar as boxeadoras no ano passado foi arbitrária e a principal causa do furor atual. Personalidades como a autora britânica J.K. Rowling e o bilionário Elon Musk expressaram sua oposição a elas competirem nos Jogos.
“Essas duas atletas foram vítimas de uma decisão repentina e arbitrária da IBA”, disse o COI em um comunicado. “Perto do final do Campeonato Mundial da IBA em 2023, elas foram subitamente desqualificadas sem qualquer processo devido.”
“De acordo com as atas da IBA disponíveis em seu site, essa decisão foi inicialmente tomada apenas pelo secretário-geral e presidente-executivo da IBA.”, explicou o COI.