O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycom Cristo, relatou, neste sábado, 10, o trabalho de retirada e de identificação dos corpos do avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo (SP), na sexta-feira 9. O acidente deixou as 62 pessoas a bordo mortas.
A jornalistas, Maycon relatou que os corpos estão “como se estivessem sentados” nas mesmas fileiras do avião, apesar do impacto da queda. Ele contou ainda que, mais cedo, o primeiro carro que saiu para o Instituto Médico Legal (IML) tinha 12 corpos, entre eles, dois já identificados no local.
“Todos os corpos estão como se estivessem sentados nos seus respectivos assentos”, disse o porta-voz em vídeo divulgado pelo portal Metrópoles. “Lógico que tem a dinâmica da queda, do movimento quando bate no solo, mas as vítimas estão dentro desse perímetro da aeronave, não tem corpos ejetados.”
O porta-voz explicou que é possível ver o desenho do avião no chão, além disso, que não é possível precisar exatamente quanto tempo vai demorar para identificar os corpos, pois estão em um estado difícil de identificação. Segundo Maycon, os bombeiros estão removendo os corpos por fileira, seguindo a seguinte ordem.
- Perícia do lado de fora da aeronave;
- Perícia dentro do avião com força humana ou mecânica;
- Ao identificar um corpo, as equipes catalogam, os peritos fazem fotos e colhem as evidências para que a identificação seja o mais rápido possível;
- Retirada do corpo para ser levado ao IML central de SP;
“Essa primeira perícia foi feita do lado de fora da aeronave, não mexemos em nada”, relatou. “Foram capturadas fotos, vídeos, scanner 3D…quando terminamos o trabalho externo, começamos como o trabalho mais cuidadoso, mais meticuloso. Vai se recortando partes da aeronave e retirando a estrutura.”
O scanner 3D utilizado pela Polícia Federal é uma tecnologia moderna que acelera a localização dos corpos das vítimas. Maycon contou ainda que a identificação dos corpos é feita considerando características físicas das pessoas, documentos dispostos no local, celular, posicionamento no assento da aeronave, entre outras.
Durante a madrugada, foi realizada uma perícia pelo gabinete de crise montado a mando do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O grupo é formado pelas polícias Federal, Militar, Civil, Científica, além de Cenipa, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, IML e representantes da companhia aérea Voepass.
Vindo de Cascavel, no Paraná, o avião caiu na tarde de ontem em um condomínio residencial no bairro Capela, no interior de SP. Todas as 62 a bordo morreram, sendo o maior acidente aéreo do Brasil em número de vítimas desde 2007.