Um dos quatro imóveis alugados para abrigar brasileiros e familiares na Faixa de Gaza foi parcialmente afetado durante um bombardeio registrado em Rafah, na fronteira com o Egito. O ataque ocorreu na terça-feira (12).
Nenhum dos brasileiros ficou ferido. Mesmo assim, por precaução, o grupo foi retirado do imóvel e distribuído nas outras três casas, segundo informou à CNN o embaixador Alessandro Candeas.
Cerca de 40 pessoas seguem abrigadas nesses imóveis alugados pelo governo aguardando uma próxima oportunidade de repatriação.
Da lista de 102 nomes enviados pelo Brasil para a repatriação, Israel vetou 24. A decisão acabou afetando pessoas que não quiseram deixar familiares para trás. Com isso, apenas 48 brasileiros e parentes palestinos embarcaram.
“Continuamos pagando o aluguel e mandando recursos para água e alimentos. Rafah é praticamente o único lugar de Gaza que está recebendo assistência humanitária. Ela não chega ao norte (de Gaza)”, disse Candeas.
A Representação do Brasil junto à Palestina tenta retirar uma família de cinco pessoas do norte de Gaza, área mais grave do conflito. Há ainda brasileiros em Nuseirat e Meghazi, na região central do território.
“Oferecemos sempre transporte para a família, mas o veículo não consegue chegar ao norte. Eles tentam vir por meios próprios, mas ou a estrada está fechada, ou há ataques”, relatou o embaixador.
Como mostrou a CNN, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu pessoalmente ao chanceler de Israel, Eli Cohen, que o país reavalie os vetos aos brasileiros e familiares palestinos que foram proibidos de deixar a Faixa de Gaza.
O encontro ocorreu no sábado (9), em Buenos Aires, onde os dois ministros estavam para acompanhar a posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, que aconteceu no domingo (10). Essa foi a primeira conversa pessoal entre ambos, realizada na embaixada do Brasil na capital argentina.
Vieira intercedeu para que a chancelaria israelense fale com os órgãos de segurança responsáveis pela análise dos pedidos para a evacuação de Gaza. Cohen prometeu verificar a situação e dar uma resposta ao Brasil, o que ainda não ocorreu.
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