terça-feira, setembro 17, 2024
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Bomba plantada em quarto matou líder do Hamas no Irã

Um dos principais líderes do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh foi morto nesta quarta-feira, 31, por uma bomba plantada secretamente em uma casa de hóspedes em Teerã. A informação foi confirmada por uma autoridade americana e outras sete do Oriente Médio, sendo duas iranianas.

A bomba havia sido escondida por aproximadamente dois meses no local, que é administrado e protegido pelo Corpo de Guardas da Revolução Islâmica e faz parte de um complexo conhecido como Neshat, em um bairro de luxo no norte da capital iraniana.

Haniyeh estava na capital iraniana para a cerimônia de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian. Segundo as autoridades, a bomba foi detonada de forma remota, assim que foi confirmado que o terrorista estava dentro do quarto. A explosão também matou um guarda-costas.

A explosão abalou o prédio, quebrou algumas janelas e provocou o colapso parcial de uma parede externa, de acordo com membros da Guarda Revolucionária.

Haniyeh, que liderou o escritório político do Hamas no Catar, já havia se hospedado no local outras vezes.

Todas as autoridades falaram sob condição de anonimato ao jornal americano The New York Times.

Quem era o líder do Hamas morto no Irã

Nascido em 1962 em um campo de refugiados palestinos, o terrorista Ismail Abdel Salam Haniyeh se envolveu na causa palestina desde muito cedo.

Haniyeh chegou a ser preso por Israel em 1989, mas foi exilado em 1992 junto de vários líderes do Hamas em Marj al-Zuhur, uma “terra de ninguém” na fronteira do Líbano e da Cisjordânia.

Ele retornou a Gaza em 1993 e, em 1997, foi nomeado chefe de gabinete do xeque Ahmed Yassin, líder do Hamas, o que fortaleceu ainda mais sua posição no grupo terrorista.

Em 2006, foi nomeado primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), uma organização que comanda os territórios palestinos em acordo com o Fatah, grupo rival do Hamas.

Último encontro do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã com Ali Khamenei e líderes regionais no parlamento | Foto: Divulgação/WANA

No entanto, em 2007, Haniyeh foi destituído do cargo pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, quando a votação que elegeu o Hamas para o comando de Gaza foi considerada inválida pelo Fatah.

Com isso, o braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, tomaram o controle de Gaza de forma violenta e expulsaram o Fatah da região.

O Fatah, embora estivesse oficialmente no controle da ANP, passou a comandar somente a Cisjordânia.

Porém, na prática, Haniyeh continuou sendo o líder em Gaza, cargo que deixaria somente em 2014.

Em maio de 2017, Haniyeh foi eleito chefe político do Hamas e se exilou no Catar, onde liderava negociações de forma remota. Apesar disso, o comando em Gaza foi relegado a Yahya Sinwar, enquanto Mohamed Deif lidera as Brigadas al-Qassam junto de Marwan Issa.

Também são considerados importantes líderes do grupo terrorista os fundadores Khaled Meshaal e Mahmoud Zahar.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos classificava Haniyeh como terrorista procurado.

Via Revista Oeste

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