Maior representante da direita no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que pretende concorrer à Presidência da República em 2026. Ele afirmou ser o único candidato com chances reais de vencer Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Nas eleições municipais de outubro, Bolsonaro ajudou o PL a ser o partido mais vitorioso nos municípios com mais de 200 mil habitantes. Ele se apega a essa força para o pleito mais aguardado no país.
“Falam em vários nomes para disputar 2026, mas, com todo o respeito, chance só tenho eu; o resto não tem nome nacional”, disse Bolsonaro à Veja. “Se Deus me der essa oportunidade de disputar as eleições, debato com qualquer um. O governo Lula está destruindo o legado que eu deixei”, avaliou.
Ele ressaltou que em não houve casos de corrupção durante a sua gestão, o que seria um um aspecto positivo a se trabalhar em campanha.
“Fui o único presidente com teto de gastos, passamos o Bolsa Família para R$ 600 com responsabilidade fiscal, colocamos gente qualificada nos ministérios e nunca defendi regulação das mídias como o PT quer fazer agora”.
Bolsonaro mencionou políticos mais fortes que teriam maiores possibilidades de enfrentar a esquerda. Ele listou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). No entanto, o ex-presidente avaliou que nenhum desses tem “nome nacional”.
Ele chegou a elogiar Tarcísio, classificando-o como “um baita gestor”, mas foi direto quanto à disputa de 2026:
“O candidato sou eu”, adianta o ex-presidente.
O que diz Bolsonaro sobre inelegibilidade
Sobre sua inelegibilidade até 2030, Bolsonaro alegou que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, comandado por Alexandre de Moraes à época da sentença, é uma “injustiça” e parte de uma “perseguição”. O órgão o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Quanto à possibilidade de ser indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2022 — quando já não era mais presidente e estava fora do Brasil —, Bolsonaro considera essa possibilidade mais uma forma de “perseguição”.
“É só perseguição, sinto isso o tempo todo: baleia, leite condensado, cartão de vacina, golpe usando a Constituição”, enumerou.
Ele disse que “nunca jogou fora das quatro linhas” e admitiu não ter medo de julgamento no caso do 8 de janeiro. “Minha preocupação é quem vai me julgar.”
Bolsonaro também criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes por interferir em sua eleição.
“Quando Moraes inventou o inquérito dos empresários golpistas, inibiu uma gama de gente que estava do meu lado”, acusou.
Ele continuou: “Eu quero um Judiciário forte, isso é uma garantia para todos nós, mas precisamos também ter equilíbrio entre os Poderes”. Para Bolsonaro, “o Judiciário foi jogado na vala do partidarismo.”