O ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que irá viajar para a Argentina para participar da posse do presidente eleito Javier Milei, no dia 10 de dezembro.
“Em atenção às investigações em curso e com profundo respeito a este Juízo, o peticionário vem aos autos informar que estará temporariamente ausente do país no período compreendido entre os dias 07 e 11 de dezembro”, diz a petição.
De acordo com a defesa de Bolsonaro, o gesto tem o objetivo de demonstrar comprometimento com a Justiça, já que Bolsonaro responde a inquéritos que tramitam no STF. Apesar de investigado, Bolsonaro não tem proibição de sair do país, por não existirem condenações criminais contra ele.
O ex-presidente apresentou cópias das passagens de ida e volta, com a ressalva de que irá viajar com a carteira de identidade, sem necessidade do passaporte.
No mesmo documento, Bolsonaro informou que vai embarcar na companhia do coronel do Exército Marcelo Câmara. O militar também é alvo das investigações sobre a venda de joias da Arábia Saudita no exterior.
“O peticionário estará acompanhado pelo Coronel Marcelo Costa Câmara e utilizará seu documento de identidade para esta viagem, não necessitando do passaporte para tanto”, destacou.
Em maio, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a apreensão do passaporte de Bolsonaro, em uma operação sobre suposto esquema de fraude em cartão de vacina. A corporação, no entanto, não viu necessidade, na época, da apreensão.
Mas, para entrar na Argentina, basta apresentar a carteira de identidade, não sendo necessário o passaporte.
Bolsonaro também anexou cópias das passagens aéreas para a capital da Argentina. O avião decolará do aeroporto de Brasília às 14h40 de quinta-feira (7) com direção a São Paulo. De lá, segue para Buenos Aires.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também devem participar. Conforme mostrou a CNN, cerca de 50 bolsonaristas se preparam para ir à posse de Milei na Argentina.
O governo brasileiro enviará o chanceler Mauro Vieira para a posse de Javier Milei, novo presidente argentino, no próximo domingo (10). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin, não deverão ir.
Bolsonaro e ex-assessores são alvos de investigações dentro do inquérito das milícias digitais.
O caso, que está com Moraes no STF, apura supostos atos de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde; desvio de joias e de bens entregues por autoridades estrangeiras; ataques ao sistema eleitoral e urnas em lives.