A Polícia Federal (PF) decidiu reduzir, nos próximos dias, o tamanho das placas expostas nas portarias do edifício-sede da corporação, em Brasília, que levam os nomes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
As placas foram instaladas, com destaque, nas paredes de entrada de cada um dos três blocos do prédio, em março de 2022, quando a nova sede foi inaugurada pelo então presidente e o ministro ao qual a PF estava subordinada na época.
Todos os visitantes e frequentadores que utilizam o prédio, sem acessá-lo pela garagem, dão de cara com o painel preto e de letras brancas garrafais.
É comum a instalação de placas com o nome dos governantes responsáveis pela inauguração de prédios públicos. O painel em questão, no entanto, foi considerado “desproporcional” pela atual gestão da PF, que assumiu em janeiro de 2023, com a mudança de governo.
Para um integrante da cúpula da PF, o nome em destaque deve ser “o da instituição, não das pessoas”, referindo-se ao incômodo em ver o nome de Bolsonaro e Torres estampados nas entradas do edifício. Para essa fonte, a placa no modelo atual fere o princípio da impessoalidade, que é cobrado na administração pública.
Enquanto as placas atuais possuem 1,5 m x 2,22 m, as novas serão bem menores, com proporção de 50 cm x 70 cm.
Na prática, os nomes de Bolsonaro e Torres continuarão escritos nelas, mas de forma bem menos chamativa. Não está descartada a possibilidade até de levar os painéis para outras paredes, a fim de que fiquem em posição mais discreta.
A sede da PF fica no Setor Comercial Norte, na zona central de Brasília. É o mesmo local que sofreu tentativa de invasão em 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, manifestantes bolsonaristas ameaçaram entrar no prédio para retirar um preso acusado de envolvimento em atos antidemocráticos.
Apenas oito meses separam esse dia de confusão da data de inauguração do edifício, que ocorreu em clima de festa. O novo edifício-sede era uma das principais reivindicações da categoria, que até então utilizava outra unidade, com menos espaço e alguns problemas estruturais, no Setor de Autarquias Sul.
Não é a primeira vez que a atual gestão da PF troca placas de identificação de prédios da corporação por considerar uma homenagem a Jair Bolsonaro e não símbolo de prestígio à instituição.
Em 2023, primeiro ano do governo Lula, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, determinou a retirada de uma placa estilizada exposta no prédio do Comando de Operações Táticas (COT), também em Brasília.
O quadro trazia o rosto de Bolsonaro desenhado com munição de armas e um texto que enaltecia a “ilustre visita” do ex-presidente à unidade.
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