quinta-feira, julho 4, 2024
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Bispo usa evento religioso para fazer proselitismo político e criticar o marco temporal

O bispo Dom João Justino, vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), usou um evento religioso para fazer proselitismo político. Saiu em defesa dos indígenas e contra a tese do marco temporal em celebração aos 10 anos de canonização de São José de Anchieta. 

Durante o evento, no Santuário de Anchieta, no Espírito Santo, o bispo afirmou que a data era importante para “lembrar o apostolado” de São José de Anchieta. Indígenas da etnia guarani tinham se apresentado no palco da celebração momentos antes.

“Neste tempo, os indígenas do nosso país têm um grande desafio, que é garantir o seu direito às terras com a demarcação de suas reservas e terras, que são ameaçados pela tese do marco temporal”, afirmou Dom João Justino.

O bispo usou o momento religioso para se posicionar quanto também em nome da CNBB e como líder “desta igreja no Brasil”. “Faço mais uma vez um apelo àqueles que têm o poder de decidir que não tirem o direito ao que os indígenas tenham a sua terra e possam viver”, declarou.

“Os indígenas são os primeiros moradores desta terra do Brasil, que certamente tem espaço para todos”, acrescentou o vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 

Comissão de agricultura repudia fala de bispo sobre marco temporal

Diante das falas do bispo em defesa dos indígenas e contra o marco temporal, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou uma nota de repúdio durante a sessão desta quarta-feira, 12. 

A proposição foi feita pelo presidente da comissão, deputado Evair de Melo (PP-ES). “É inaceitável que um espaço religioso seja utilizado para propagar agendas políticas, especialmente em um momento dedicado à fé e à reflexão”, afirmou. 

“Essa atitude fere os princípios da honestidade intelectual e do respeito mútuo, pilares fundamentais para o diálogo construtivo sobre temas tão sensíveis como a demarcação de terras indígenas”, destacou Evair de Melo. 

O parlamentar sinalizou que o debate sobre o marco temporal de terras indígenas “deve ser realizado de forma laica e respeitosa, sem a interferência de ideologias ou agendas político-partidárias.”



Via Revista Oeste

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