A senha esquecida e o crachá perdido podem ser coisas do passado em breve. Imagine um cenário onde um novo funcionário, em vez de preencher formulários intermináveis, simplesmente fornece algumas informações biométricas. Seu rosto escaneado, a forma como caminha analisada, uma frase falada gravada e, pronto, seu corpo se torna a chave para acessar as instalações.
Esse é o futuro que os especialistas em biometria estão vislumbrando, como mostra uma reportagem do The Wall Street Journal. Segundo Mohamed Lazzouni, diretor de tecnologia da Aware, uma empresa especializada em sistemas de segurança, a experiência será perfeitamente integrada: “Assim que você chegar ao estacionamento, sua localização será detectada pelo sistema do seu celular. Ao entrar pela porta da frente, o reconhecimento facial abrirá a porta e desbloqueará seu computador.”
Além de eliminar a inconveniência das senhas esquecidas, essa tecnologia fortalecerá a proteção das empresas contra ataques cibernéticos. No entanto, surgem preocupações sobre como os dados biométricos podem ser utilizados e se os empregadores deveriam ter acesso a informações tão íntimas sobre seus funcionários.
Atualmente, já vemos o uso de scanners de palma em consultórios médicos e o desbloqueio de smartphones através de impressões digitais. O reconhecimento facial também se tornou comum em locais como aeroportos e estádios. Mas nos próximos anos, com o avanço da inteligência artificial e da tecnologia de sensores, podemos esperar uma integração ainda mais sofisticada de dados biométricos.
Segurança de dados
- Mesmo com os benefícios óbvios, como a maior proteção contra invasões, existem preocupações legítimas sobre privacidade e segurança dos dados.
- Para Andrew Shikiar, diretor executivo da FIDO Alliance, a chave está na combinação de criptografia e regulamentação governamental sobre a coleta, uso e armazenamento de informações biométricas.
- Ele ressalta que, embora a tecnologia ofereça segurança aprimorada, também traz consigo riscos significativos à privacidade.
- Embora a ideia de substituir senhas por biometria possa parecer futurista, a indústria de tecnologia está cada vez mais focada nesse objetivo.
- Empresas como Google, Apple, Amazon e Microsoft estão liderando o caminho, promovendo métodos de autenticação baseados em biometria em vez de senhas tradicionais.
- No entanto, como Hayley Tsukayama, da Electronic Frontier Foundation, destaca ao WSJ, mesmo a melhor tecnologia pode falhar.
- E quando se trata de dados biométricos, os riscos de vazamento ou roubo são particularmente preocupantes, já que não podemos simplesmente substituir nossas características físicas.