domingo, novembro 24, 2024
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Bilhões de caranguejos desapareceram — e agora sabemos o motivo

Em 2022, bilhões de caranguejos-da-neve desapareceram no Mar de Bering, no norte do Oceano Pacífico, intrigando pescadores e cientistas. Agora, graças a um estudo publicado na revista Nature Climate Change, temos uma explicação para o fenômeno misterioso: uma onda de calor que aumentou as temperaturas marítimas.

Entenda:

  • Bilhões de caranguejos-da-neve desapareceram no Mar de Bering em 2022;
  • Pesquisadores relacionam o fenômeno ao aumento das temperaturas marítimas entre 2018 e 2019;
  • O calor fez com que o metabolismo dos caranguejos aumentasse, mas, sem comida suficiente, eles morreram de fome;
  • Além disso, o aumento da temperatura também fez com que predadores – como o bacalhau-do-Pacífico – alcançassem a região e se alimentassem do que sobrou da espécie;
  • Nos próximos anos o cenário deve ficar ainda pior, com uma estimativa de condições verdadeiramente árticas “em apenas 8% dos anos futuros no sudeste do Mar de Bering”.
Altas temperaturas causaram o desaparecimento de bilhões de caranguejos-da-neve. (Imagem: NOAA Fisheries)

Como explicam os autores do estudo, entre 2018 e 2019, a água do Mar de Bering ficou mais quente e a quantidade de gelo diminuiu. Consequentemente, o metabolismo dos caranguejos acelerou – mas, como não havia comida suficiente nas águas para acompanhar esse ritmo, eles morreram de fome.

Altas temperaturas fizeram caranguejos desaparecerem

Em um comunicado da NOAA Fisheries, Michael Litzow, principal autor do estudo, explica que, com o aquecimento global, o cenário deve ficar ainda pior, com a previsão de temperaturas muito mais elevadas e condições verdadeiramente árticas “em apenas 8% dos anos futuros no sudeste do Mar de Bering.”

Com águas mais quentes, predadores alcançaram território do caranguejo-da-neve. (Imagem: NOAA Fisheries)

O artigo da NOAA também destaca que a diminuição do gelo no Mar de Bering fez com que o bacalhau-do-Pacífico – que está entre os principais predadores do caranguejo-da-neve e costuma viver em águas mais quentes – alcançasse a região e comesse parte do que sobrou da espécie.

“É realmente importante que pescadores, cientistas, comunidades e gestores de recursos reconheçam que um dos ecossistemas marinhos mais produtivos do mundo está mudando – mais rápido do que qualquer um esperava. A hora de agir é agora para pensar sobre como todos nós vamos nos adaptar”, completa Litzow.

Via Olhar Digital

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