O presidente dos EUA, Joe Biden, fez sua primeira declaração sobre os protestos anti-Israel que se espalharam por mais de 40 universidades do país. Ele condenou os atos de violência. Estudantes exigem que as reitorias cancelem acordos e parcerias com o governo israelense. Mais de 2 mil pessoas foram presas durante as manifestações.
Em campanha para a reeleição, em novembro, Biden vinha mantendo o silêncio. Na quinta-feira 2, ele fez o primeiro pronunciamento sobre a onda de manifestação pró-Palestina. “Destruir propriedades não é um protesto pacífico. É contra a lei”, disse o democrata.
Os jovens protestam contra o apoio da Casa Branca a Israel na guerra em Gaza, refletindo uma insatisfação da ala mais à esquerda do Partido Democrata. Na quarta-feira, 57 de 212 deputados democratas pediram a Biden que suspendesse a ajuda a Israel.
Biden virou alvo fácil também dos conservadores, que criticam a falta de ação para conter as manifestações, rotuladas pelos republicanos de antissemitas. Em seu discurso, Biden rejeitou as críticas e a pressão para reprimir os estudantes.
Até agora, Biden havia oferecido apenas algumas frases de efeito em resposta a perguntas de jornalistas. “Em momentos como este sempre há quem tente obter ganhos políticos. Mas este não é um momento para política”, disse o presidente, que se colocou como um defensor da liberdade de expressão, mas reconheceu que muitas manifestações tinham ultrapassado o limite do discurso — uma clara tentativa de se defender dos dois lados.
ONG diz que Rússia, China e Irã fazem campanha de desinformação anti-Israel e anti-EUA
Segundo a imprensa norte-americana, pesquisadores identificaram esforços de países como Rússia, China e Irã para alimentar tensões dentro dos EUA, se aproveitando das manifestações estudantis.
Nas últimas semanas, a mídia estatal desses três países produziu quase 400 artigos em inglês sobre os protestos, de acordo com a NewsGuard, ONG que monitora a desinformação online. “Todos os três países lançaram uma enxurrada de propaganda e de desinformação desde o início da guerra em Gaza, buscando enfraquecer Israel e os EUA”, disse a ONG.
Com os protestos, os rivais dos EUA passaram a se concentrar no apoio incondicional do governo Biden a Israel, argumentando que isso prejudica a posição internacional dos americanos e não reflete o sentimento da população nos EUA.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado