O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um discurso de despedida na noite desta quarta-feira, 15. Ele falou sobre a importância da defesa da democracia e falou sobre os riscos de “poderes não controlados”, em referência a uma “oligarquia” de ultrarricos que que estaria se enraizando no país e um “complexo tecnológico-industrial” que estaria infringindo os direitos dos norte-americanos.
Biden, que deixará o cargo na próxima segunda-feira, 20, ao meio-dia, caracterizou o círculo de aliados do presidente eleito, Donald Trump, como uma oligarquia. Ele expressou preocupação com um crescente acúmulo de poder e riqueza em mãos de um pequeno grupo.
“Hoje, está tomando forma na América uma oligarquia de extrema riqueza, poder e influência, que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e liberdades básicos, e uma chance justa para todos progredirem”, disse Biden. Ele também mencionou “consequências perigosas” se o “abuso de poder” do grupo não for controlado.
O democrata fez menção aos avisos do presidente Dwight Eisenhower sobre o complexo militar-industrial quando deixou o cargo. Biden se disse “igualmente preocupado com o potencial surgimento de um complexo tecnológico-industrial que pode representar perigos reais para o nosso país também”.
Biden não vai deixar a Casa Branca do modo como esperava
O atual presidente evitou comentar o legado de sua gestão e, em vez disso, direcionou o discurso para a própria experiência na vida pública no contexto da democracia norte-americana. Ele admitiu não estar deixando a Casa Branca da maneira que esperava, depois da desistência da tentativa de reeleição e preocupações generalizadas nos EUA sobre seu estado de saúde para governar.
“Depois de 50 anos no centro de tudo isso, sei que acreditar na ideia da América significa respeitar as instituições que governam uma sociedade livre”, disse, antes de citar entidades como a Presidência, a imprensa e os tribunais — instituições que, segundo ele, foram atacadas repetidamente por Trump.
Biden também pediu uma emenda constitucional para acabar com a imunidade de presidentes em exercício, depois que a Suprema Corte concedeu a Trump proteções contra responsabilidade criminal no ano passado.