Bia Haddad Maia, tenista número 1 do Brasil, falou nesta terça-feira (1) sobre a suspensão por doping envolvendo Iga Swiatek, que testou positivo para a substância proibida trimetazidina (TMZ).
A brasileira aproveitou a ocasião para expor as diferenças de tratamento entre diferentes atletas quando são flagrados.
A declaração foi dada ao podcast “New Balls Please!”.
“Eu tenho certeza que a Iga jamais pra ter algum benefício de performance. Eu não só conheço ela, a índole, os valores e o trabalho do time. Eles são extremamente profissionais. Então quanto a isso eu não tenho dúvida. Mas a questão é o como isso é feito. Como o processo é diferente pra cada julgamento. Eles tratam diferente cada caso. Isso é uma coisa muito triste porque é muito desigual. Nem todos têm direito a um advogado, pra começar. Nem todos vão estar na mídia, vão aparecer e etc”, afirmou.
A polonesa testou positivo em uma amostra em agosto, fora de competições, mas a ITIA aceitou que foi causado pela contaminação do medicamento melatonina, que foi fabricado e vendido na Polônia. A tenista estava tomando para jet lag (distúrbio causado por mudanças de fuso) e problemas de sono. A entidade informou ainda que “a violação, portanto, não foi intencional”. Como não houve nenhuma falha ou negligência significativa, o ITIA ofereceu a ela uma suspensão de um mês, que ela aceitou.
Na ocasião, Bia Haddad Maia relembrou o momento que ela viveu uma suspensão por doping em 2020, que a afastou das quadras por 11 meses em meio à pandemia da Covid-19.
“Mas os casos deles foram casos muito parecidos onde tiverem contaminação. Seja no creme, seja numa vitamina, seja num remédio. O caso da Halep foi exatamente a mesma coisa que querendo ou não você achou uma contaminação num suplemento. O meu caso foi exatamente a mesma coisa e eu demorei 11 meses pra conseguir provar minha inocência. E eu fui suspensa 11 meses. Eu perdi muita coisa e tenho certeza que a Halep sentiu muita coisa que eu senti. Eu concordo com o que ela falou no post dela”, relembrou.
“A gente tem que ter um certo cuidado e um respeito com os outros com os outros atletas também (…) A regra tem que ser clara, tem que ser mais justa. Ela não tá sendo justa. E não é contra a Iga, é contra o sistema. Eu nunca vi uma pessoa passar em prestações, nunca vi isso na minha vida. De uma certa forma é uma desigualdade”.