A cidade de Belém, no Pará, inaugura uma área com 6 mil m² de muros, paredes e fachadas na atração turística Complexo Ver-o-Rio, às margens da Baía do Guajará. Esta é a segunda edição do projeto, uma iniciativa do Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B) que visa valorizar a arte urbana na capital paraense.
Feito por 21 artistas visuais, o projeto, que começou em 18 de outubro, deve ser finalizado nesta terça-feira (5) e tem estreia marcada para domingo (10) com um show gratuito do rapper Djonga.
Com total de 19 painéis espalhados pelas ruas, o M.A.U.B se torna o maior museu a céu aberto do Norte do Brasil e da Amazônia.
Os temas das artes são variados: medicina dos povos originários, fluxo migratório, águas internas, ciclos da mulher, lendas regionais e rituais para apagar o fogo.
O maior paredão tem cerca de 2 mil m² e leva as assinaturas dos paraenses Drika Chagas e Éder Oliveira.
“Ao reunir esses dois talentos em um único espaço, queremos entregar à cidade uma obra que dialoga profundamente com nossa cultura e identidade, consolidando o festival como um importante ponto de encontro da arte urbana no Brasil”, diz William Baglione, curador das duas edições do projeto.
A seleção dos artistas ocorreu por meio de um edital público. Neste ano, Baglione analisou 135 inscrições — mais que o dobro do recebido na edição do ano passado.
Com isso, o projeto pode impulsionar o turismo da arte de rua em Belém e se tornar um ponto representativo para artistas da street art. “De alguma forma, a arte nas ruas impacta a todos que passam por ela”, opina o curador.
O Complexo Ver-o-Rio já reúne obras de nomes de reconhecimento nacional e internacional, como Tinho, Finok e Priscila Amoni.
Além deles, o ribeirinho Luís Silva traz nesta edição a técnica dos “abridores de letras”, focada em pintar artisticamente o nome de embarcações que passam pelos rios da Amazônia.
“Graffiti, street art, muralismo, nova arte contemporânea. O M.A.U.B celebra a arte das ruas, independentemente de rótulos, em harmonia com outras manifestações culturais juvenis que florescem tanto nas grandes capitais cosmopolitas quanto em cidades menos conhecidas, em todos os continentes, ao longo das últimas cinco décadas”, completa Baglione.
O projeto também oferece oficinas de arte urbana, que serão ministradas pelos artistas, além de visitas guiadas durante o mês de novembro. A programação ainda conta com música e esporte, tudo oferecido de forma gratuita.
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