Richard Gadd, criador e ator protagonista da série “Bebê Rena”, em alta na Netflix, falou mais sobre a produção em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (13). Além de detalhar como foi gravar as cenas de abuso presentes na obra, disse que perdeu quase 30 kg para reviver o momento de sua vida retratado.
“Bebê Rena” é baseada em acontecimentos reais do vivido por Richard Gadd em alguns períodos de sua vida. O homem foi perseguido por uma stalker e abusado sexualmente por um homem da indústria do entretenimento aos vinte anos.
Ao The Hollywood Reporter, Gadd revelou que foi “muito difícil” gravar as cenas que retratam seu abuso sexual.
“Foi muito difícil voltar para lá. Lembro-me de ir preparar os dias das gravações, os dias de agressão sexual, e nós os colocamos juntos para que não ficasse tão espalhado. Acho que foi a coisa certa a fazer, pois seriam apenas dois ou três dias em que teríamos que ficar naquela zona”, disse o protagonista.
“No caminho para aqueles dias, eu esperava viver um grande engarrafamento ou algo assim, para que eu pudesse ter mais tempo para me preparar e pensar nisso”, complementou ele.
Richard Gadd não deixou de elogiar o ator que interpreta seu abusador.
“O ator que interpreta Darrien, Tom Goodman-Hill, que lenda. Eu me senti muito seguro com ele, muito confortável. É estranho filmar uma cena que você sabe que precisa filmar, mas na verdade não quer. Ele era um profissional tão bom, um ator tão bom que tornou tudo muito mais fácil.”
O astro também revelou que perdeu quase 30 kg para reviver tais traumas de sua trajetória.
“Para interpretar Donny Dunn, tive que voltar para aquele espaço onde eu estava na época [na vida real], muito ferido e muito danificado. Perdi muito peso porque queria me sentir vulnerável e frágil em meu corpo. Passei de 96 quilos para 68. Tive que me recompor um pouco quando o processo de filmagem terminou. Voltar a essas coisas é difícil. Isso traz coisas à tona e faz você se sentir estranho e um pouco instável”, relatou.
Por fim, Gadd também voltou a falar sobre não querer que o público procure quem são os personagens na vida real.
“Se eu quisesse que as pessoas da vida real fossem encontradas, teria feito um documentário.”