segunda-feira, março 31, 2025
InícioEconomiaBC eleva risco de inflação estourar teto da meta em 2025

BC eleva risco de inflação estourar teto da meta em 2025

O Banco Central (BC) do Brasil elevou para 70% a probabilidade de a inflação superar o teto da meta estabelecida para este ano. A informação consta no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, 27.

Segundo o BC, a persistente desancoragem das expectativas inflacionárias tem sido um fator de preocupação para o Comitê de Política Monetária (Copom), que vê riscos crescentes para o controle de preços na economia.

O relatório demonstra que a inflação tem mostrado resistência maior do que o esperado, impulsionada por pressões nos preços de serviços e pelo impacto de um câmbio mais depreciado. A deterioração das expectativas reflete tanto fatores externos, como a volatilidade no mercado global, quanto fatores internos, como dúvidas sobre o equilíbrio fiscal.

O Banco Central explica que, diante desse cenário, os agentes econômicos passaram a projetar uma inflação mais elevada para os próximos anos, o que reduz a credibilidade do regime de metas de inflação. O processo de desancoragem dificulta a convergência da inflação para o centro da meta, o que exige uma postura mais cautelosa da política monetária.

O relatório identifica diversos fatores que têm contribuído para a elevação da inflação. Entre eles, o comportamento dos preços das commodities, especialmente petróleo e alimentos, que seguem elevados no mercado internacional. Além disso, a taxa de câmbio desvalorizada tem impactado o preço dos produtos importados e pressionado os custos para empresas e consumidores.

Arrecadação federal atinge recorde histórico em outubro, com R$ 247,9 bi
O Banco Central explica que, diante desse cenário, os agentes econômicos passaram a projetar uma inflação mais elevada para os próximos anos | Foto: Reprodução/Freepik

Outro ponto destacado é a demanda interna aquecida, impulsionada pelo crescimento do consumo das famílias e pela expansão do crédito. A manutenção de estímulos fiscais e o aumento da massa salarial contribuem para a resiliência da demanda e elevam a pressão inflacionária, segundo o documento.

Impactos da inflação na economia

No relatório, o BC afirma que a política fiscal tem um papel crucial na ancoragem das expectativas e que a sustentabilidade fiscal é um fator determinante para a dinâmica da inflação e para a previsibilidade do ambiente econômico, ao defender a ideia de que qualquer sinalização de descontrole das contas públicas pode pressionar ainda mais a taxa de câmbio e os preços.

O relatório ressalta que a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis afeta diretamente o custo de vida da população. Tal situação reduz o poder de compra e exige reajustes salariais.

No setor empresarial, o aumento da incerteza econômica leva a um encarecimento do crédito e impacta investimentos e planejamento financeiro. A elevação das taxas de juros e a deterioração das expectativas podem resultar em maior cautela por parte dos investidores e menor dinamismo no mercado de trabalho.

Outro fator analisado no relatório é o comportamento do mercado de trabalho. O BC observa que a taxa de desemprego tem se mantido em patamares baixos, o que contribui para um crescimento mais robusto da massa salarial. A resiliência do mercado de trabalho favorece o consumo, mas também pode gerar pressões inflacionárias adicionais, especialmente no setor de serviços.

As projeções do BC para a inflação em 2025 foram revisadas para cima, o que leva a um aumento da probabilidade de estouro da meta. O relatório demonstra que a inflação pode permanecer acima do intervalo superior permitido pelo Conselho Monetário Nacional, que estabelece um centro da meta de 3% com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui