A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) trabalha nos bastidores pela retirada dos EVs da lista do chamado “imposto do pecado”. Trata-se de um dispositivo da reforma tributária que vai taxar produtos ou atividades nocivos à saúde ou ao meio ambiente. A alíquota deve ficar na casa dos 26,5%.
O texto passou pela Câmara dos Deputados no mês de julho e agora está em discussão no Senado. A ABVE faz um lobby junto aos senadores, mas enfrenta resistência de governistas e de algumas montadoras nacionais.
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Ao incluir o carro elétrico nessa relação, a maioria dos deputados argumentou que ele poluiria tanto como os veículos a combustão. Disseram que, apesar de não soltar fumaça, a bateria do EV seria uma fonte prejudicial à natureza.
De acordo com a ABVE, essa é uma visão equivocada, uma vez que as baterias de lítio, que são a maioria no mercado, já seriam 100% recicláveis. Além disso, segundo a associação, o Brasil já tem possui e tecnologia para tocar esse tipo de operação.
Como funciona a reciclagem dessas baterias?
- Ao contrário do que muita gente imagina, a bateria de um veículo eletrificado não quebra ou estraga de um dia para o outro.
- Assim como acontece nos aparelhos celulares, com o passar dos anos, suas células vão perdendo a capacidade de carregamento.
- No caso dos EVs, em geral, não é necessário trocar a bateria toda de uma vez: o consumidor poderá solicitar um teste das células e trocar apenas as que estão danificadas.
- As células substituídas são enviadas para a reciclagem.
- Também vão para lá as baterias que passaram do prazo de validade.
- Durante a reciclagem, que consiste na trituração das baterias, são gerados três tipos de produtos que são devidamente separados: plásticos, retalhos de alumínio e cobre e os chamados metais nobres (lítio, cobalto e níquel).
- Todos são recicláveis, mas os resíduos de metais nobres são os mais valiosos no mercado internacional.
O Brasil está pronto para reciclar?
As baterias dos veículos possuem, em geral, garantia de oito anos e apresentam uma durabilidade que varia de 10 a 15 anos. Fazendo os cálculos, isso significa que as baterias em circulação no Brasil ainda não precisam de reciclagem – já que o primeiro EV ainda não atingiu essa “idade”.
De acordo com a ABVE, mesmo assim, o país já está pronto. A tecnologia para desenvolver este trabalho está difundida mundialmente e já é desenvolvida também no Brasil – as três principais empresas especializadas nessa atividade que operam no país são Re-Teck, Energy Source (associadas da ABVE) e Lorene.
Essas empresas atuam no mercado brasileiro coletando e reciclando as baterias de lítio de aparelhos celulares, notebooks, tablets e máquinas de cartão. A tecnologia dessas baterias é a mesma utilizada pelas montadoras nos seus veículos eletrificados. Ou seja, já existe um “know-how”.
Lembrando que o Senado ainda não tem um prazo para votar o texto sobre o imposto do pecado.
As informações são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico.