O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, admitiu a chance de o ministro Alexandre de Moraes conduzir a investigação sobre o ataque à bomba ocorrido nesta quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, caso se identifique ligação com os ataques de 8 de janeiro de 2023.
“Vou receber o inquérito”, disse o ministro a Folha de S. Paulo. sobre a possibilidade de anexar a investigação. “Se houver conexão com algum inquérito em curso, será distribuído por prevenção.”
Na noite de quarta-feira, duas explosões abalaram a Praça dos Três Poderes, um ano e dez meses depois dos ataques às sedes do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Em decorrência do incidente, o prédio do STF foi esvaziado.
Depois do ataque à bomba, encontraram um corpo nas proximidades do STF
O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal encontrou um corpo nas proximidades do prédio da Suprema Corte e confirmou uma vítima fatal no local.
A Polícia Militar atendeu ao chamado, e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) fez a varredura na área.
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Enquanto isso, além da explosão junto ao STF, ocorreu outra detonação em um carro próximo a um dos anexos da Câmara dos Deputados, segundo informações dos Bombeiros, também na região da sede do Judiciário.
A segurança no Palácio do Planalto foi intensificada. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou um dos níveis do Plano Escudo, que prevê reforço de segurança com a presença de agentes, inclusive de militares das Forças Armadas.
Interlocutores no Palácio do Planalto indicam que as medidas de segurança reforçada devem permanecer nos próximos dias.
O autor do atentado, que se explodiu, usava roupas que possivelmente remetiam ao personagem Coringa, vilão das histórias em quadrinhos. Ele vestia uma calça e um terno com estampas de naipes de cartas com fundo verde-escuro. Além disso, ao lado de seu corpo, encontraram um chapéu branco
Justiça prendeu homem em 2012 por contravenção
Suspeito de cometer o atentado contra o STF, Francisco tinha passagem pela polícia. Ele foi preso em dezembro de 2012 por cometer uma contravenção penal.
Francisco pagou fiança. Um mês depois, contudo, em 2013, o Ministério Público apresentou uma denúncia do crime. Durante o período, o chaveiro ficou em liberdade. Em seguida, decretaram sua prisão-albergue.
Em agosto de 2014, o tribunal revogou a condenação depois do processo transitar em julgado, e o Ministério Público extinguiu a pena. Assim, Francisco pôde se candidatar a vereador em 2020, na cidade em que nasceu, já com a ficha limpa. Francisco declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter R$ 263 mil em bens, incluindo um apartamento, três carros e uma moto.