O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse que o comandante do Exército, general Tomás Paiva, contribui para a “pacificação do país” e fez elogios à atuação do militar.
Segundo o magistrado, o comando da Força é exercido por Paiva “com grande eficiência e grande competência”.
A declaração foi feita durante cerimônia para assinar um acordo de cooperação entre o Supremo e o Exército na área de sustentabilidade ambiental, que prevê a instalação de uma rede de energia solar na Corte.
Conforme apurou a CNN, Paiva e Barroso almoçaram nesta terça-feira (23) no Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília, para discutir a parceria e selar uma reaproximação.
“Temos a colaboração graciosa do Exército brasileiro, hoje comandado pelo general Tomás, com grande eficiência, grande competência, tem conseguido contribuir para a pacificação do país, que também é o projeto do STF”, disse Barroso, no evento de assinatura da parceria.
O país deve ser feito da unidade de todas as pessoas, independentemente das suas convicções. Temos denominadores comuns que estão na Constituição e que nos unem a todos e nos agrega como nacionalidade
Luís Roberto Barroso
Em sua fala, o general citou objetivos de ampliar o diálogo entre as instituições de maneira “republicana” e “democrática”.
Nosso QG já está com bom percentual de energia fotovoltaica. E isso mostra uma preocupação que é sinérgica de todas as instituições, de contribuir com o tema e de estar aproximando com o objetivo de elevar sempre o diálogo entre as instituições, de uma maneira republicana, de maneira democrática, para a gente poder crescer como país e como instituição
Tomás Paiva
O acordo de cooperação técnica entre STF e Exército visa firmar a troca de conhecimento entre as instituições e viabilizar o apoio técnico especializado para desenvolver projetos de sustentabilidade ambiental.
Um dos objetivos é fazer o projeto de uma rede fotovoltaica para suprir parte do consumo de energia da Corte. Segundo Barroso, a expectativa é que a iniciativa possa cobrir “porcentagem relevante” da energia consumida no Supremo.
A execução da parceria não envolverá custos.
Segundo o acordo, o Exército “contribuirá com a expertise na utilização de metodologias e sistemas de engenharia de construção, por meio de consultoria na gestão de obras e na área do meio ambiente, da elaboração de projetos ambientalmente sustentáveis, de apoios técnicos especializados e da capacitação de pessoal”.
Já o STF deverá contribuir com a “expertise adquirida na área de sustentabilidade, por meio da capacitação de pessoal quanto à legislação ambiental e às normas relacionadas à sustentabilidade”.
A Corte também deverá garantir suas instalações para o “adestramento de militares especializados” e incentivar outros órgãos do Judiciário a implementar planos de sustentabilidade ambiental.
Barroso destacou na cerimônia que o projeto faz parte de um conjunto de ações voltadas à preservação do meio ambiente.
“A questão ambiental, a mudança climática e o aquecimento global são as grandes questões definidoras do nosso tempo”, declarou o magistrado. “Todos os países hoje estão preocupados em como enfrentar a mudança climática, o aumento da temperatura na Terra e nós aqui também estamos compartilhando dessa preocupação”.
O almoço de Barroso com Tomás Paiva no QG do Exército aconteceu a convite do militar.
O encontro fez parte de uma agenda institucional montada pelo general desde que assumiu o posto com a missão de despolitizar a Força e superar rusgas criadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
No STF, o convite do comandante foi visto como uma sinalização de que o objetivo é, de fato, deixar o passado para trás.
Na presidência de Bolsonaro, houve associação das Forças Armadas com o governo, principalmente pela ocupação de diversos cargos civis por militares.
As Forças também fizeram questionamentos à transparência do processo eleitoral, quando atuaram em uma comissão formada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2021 e 2022.
O convite para as Forças Armadas participarem da comissão partiu de Barroso, quando presidia o TSE.
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