O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, comentou nesta quinta-feira, 24, um possível cenário nos Estados Unidos depois dos resultado das eleições presidenciais. Segundo o ministro, o próximo governo norte-americano pode intensificar o “movimento de negacionismo climático”. Barroso não mencionou diretamente os candidatos em disputa.
Ele fez essa observação durante a primeira Conferência Internacional para a Sustentabilidade do Poder Judiciário, organizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), instituição que ele comanda.
De acordo com o magistrado, “a depender do desfecho das eleições dos Estados Unidos no final deste ano, nós podemos ter um engrossamento da corrente do negacionismo em matéria ambiental”.
Barroso fala das questões ambientais
O presidente do STF afirmou também que a “combinação de ignorância com negacionismo” é a principal dificuldade ao tratar de questões ambientais. Barroso criticou a suposta “inércia” dos outros Poderes ao lidar com o tema.
Leia a reportagem especial “A mentira do aquecimento global”, de Myllena Valença, na edição 220 da Revista Oeste
“A política se move por objetivos de curto prazo normalmente e, na verdade, o impacto lesivo ao meio ambiente causado pelas condutas contemporâneas só vai se reproduzir daqui 25 ou 30 anos”, afirmou.
Pauta do clima não é prioridade entre eleitores
De acordo com o portal Poder360, um estudo liderado pelo cientista político Mathew Burgess, da Universidade do Colorado, mostra que a visão dos republicanos sobre as chamadas “mudanças climáticas” pode influenciar significativamente os resultados das eleições de 2024, assim como ocorreu na derrota de Donald Trump em 2020.
Apesar disso, a pauta do clima não é a principal preocupação dos eleitores. Menos de 5% dos adultos veem as mudanças climáticas como prioridade. Temas mais urgentes envolvem economia, saúde, educação e criminalidade.