As conquistas do Império Romano são bastante conhecidas e estudadas em todo o mundo. No entanto, os povos chamados de ‘bárbaros’, que conviveram com os romanos na antiguidade, ainda têm muitos segredos a serem revelados.
É isso o que mostra um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Maria Curie-Skłodowska, na Polônia. Eles descobriram que os guerreiros germânicos transportavam pequenas colheres com entorpecentes naturais.
Descoberta muda o entendimento anterior sobre os povos germânicos
- Embora o uso de drogas como o ópio esteja bem documentado na Grécia e na Roma antigas, o uso de narcóticos e outros estimulantes fora desta região não conta com muitas evidências.
- Os historiadores acreditam que a única substância que realmente foi usada pelos ‘bárbaros’ foi o álcool.
- No entanto, a descoberta de vários objetos semelhantes a pequenas colheres em cemitérios da era romana localizados no que hoje são a Escandinávia, Alemanha e Polônia, podem mudar esta compreensão.
- Eles mediam de 4 a 7 centímetros de comprimento e possuíam uma tigela ou disco plano em uma extremidade medindo de 1 a 2 centímetros de diâmetro.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Praehistorische Zeitschrift.
Leia mais
Substâncias eram usadas durante as batalhas
De acordo com os pesquisadores, estes objetos eram frequentemente presos aos cintos dos homens e, inclusive, eram levados para as batalhas. Com estas informações, a equipe apresentou a hipótese de que as colheres fossem usadas para consumo de substâncias entorpecentes que dessem algum tipo de vantagem nas guerras.
Apesar disso, não é possível confirmar que tipos de drogas poderiam ter sido consumidas. Há algumas opções, caso de fungos, papoula do ópio, lúpulo, cânhamo, meimendro e beladonas, como beladona e datura.
De qualquer forma, parece improvável que os povos germânicos da era romana não tivessem usado nenhum tipo de substância do tipo. Ainda mais porque este comportamento foi descrito em diferentes épocas e partes do mundo durante conflitos militares.
Durante a Primeira Guerra Mundial, por exemplo, a cocaína foi usada por soldados. Anos depois, na Segunda Guerra Mundial, as forças aliadas e do Eixo fizeram uso pesado de estimulantes como anfetamina e metanfetamina.
Entre 1966 e 1969, as tropas dos Estados Unidos receberam 225 milhões de pílulas estimulantes, incluindo a anfetamina Dexedrina. Há, inclusive, relatos de uso de anfetaminas por soldados russos na guerra em curso contra a Ucrânia.