A banana é uma fruta radioativa e, todas as vezes que a comemos, estamos ingerindo parte de sua radioatividade. Ela não é o único alimento assim: castanhas-do-Pará, cenoura e até batata também têm sua dose de radioatividade, mas isso não significa que precisamos cortá-las da dieta. Isso porque a radiação é tão baixa que não faz mal à saúde humana.
Banana é radioativa, assim como outros alimentos
Em entrevista ao g1, o pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Bruno Melo Mendes, explicou que todos os alimentos têm um grau de radioatividade.
Isso acontece porque esses materiais radioativos estão no solo onde os alimentos são plantados e acabam se juntando a eles. Até a água pode ser radioativa.
O ar funciona com a mesma lógica: há radiação na atmosfera que, quando respiramos, entra em nosso organismo.
Entre os alimentos mais radioativos, a banana sequer está no topo. O mais radioativo é a castanha-do-Pará, com 240 Bq/Kg (material radioativo em que um átomo se transforma por kg a cada segundo).
Depois vem o feijão-branco (170 Bq/Kg), seguido de banana, cenoura e batata, os três com 130 Bq/Kg. Sal, carne vermelha, cerveja, água e manteiga de amendoim ainda integram a lista (na ordem decrescente).
Banana radioativa não chega nem perto de ser mortal
- A banana é considerada radioativa porque possui alta concentração de potássio, que, por sua vez, possui derivado radioativo, o Potássio-40;
- Só que o nível de radiação é muito baixo e não faz mal para saúde humana. Para se ter uma ideia, uma banana tem 0,1 microsievert (μSv), medida usada para indicar o impacto da radiação nos humanos;
- Para causar a morte, a radiação deve chegar a cinco milhões de μSV;
- Já um estudo com sobreviventes das bombas atômicas em Hiroshima (Japão) e Nagasaki (Japão) mostrou que seria necessário comer um milhão de vezes mais banana que comemos para que a radiação nos afetasse.
Radiação é importante
Apesar de baixa, a radiação da banana não é nula. Se um caminhão cheio da fruta passar por um detector de radioatividade, os raios do Potássio-40 conseguem atravessar objetos e, provavelmente, o acionaria.
Mendes explica que, mesmo assim, a radiação não faz mal. Pelo contrário, o corpo já está acostumado a doses menores, que contribuem para o desenvolvimento dos seres vivos.