A Bolsa de Valores do Brasil (B3), informou nesta quarta-feira, 28, a exclusão das ações da companhia aérea Azul de seus índices. A decisão sucede o pedido de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos, processo conhecido como Chapter 11.
Negociadas sob o código AZUL4, as ações faziam parte de 17 índices da B3, entre eles o Ibovespa, considerado um termômetro do desempenho do mercado financeiro nacional. A exclusão entra em vigor depois do pregão desta quinta-feira, 29, segundo o comunicado.
Os papéis da companhia recuam em torno de 2,80% até às 16h40 desta quarta-feira, a R$ 1,40. As ações foram cotadas abaixo de R$ 1 nas primeiras horas do pregão. No mercado norte-americano, os ativos da Azul chegaram a ter negociação suspensa, depois de apresentarem desvalorização em torno de 40% pela manhã.

Azul tem quase US$ 10 bi em dívidas
O pedido de Chapter 11 da Azul já era esperado pelo mercado, em meio às dificuldades da companhia para levantar capital e renegociar suas dívidas, que somam cerca de US$ 9,6 bilhões, de acordo com a petição.
O plano de recuperação inclui financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão, eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e até US$ 950 milhões em novos aportes na saída do processo. O financiamento DIP é uma forma de crédito prioritário que permite à empresa manter suas operações e até mesmo continuar crescendo durante o processo de recuperação.
#AZUL4 | AZUL | Comunicado ao Mercado pic.twitter.com/qY6V40FycT
— Informes da Bolsa (@InformesDaBolsa) May 28, 2025
A Azul firmou acordos com as principais partes interessadas, que incluem as empresas AerCap, United Airlines e American Airlines. O CEO da companhia aérea, John Rodgerson, afirmou que esss acordos representam um passo decisivo na transformação do negócio.
Está prevista uma oferta de ações de até US$ 650 milhões com garantia firme, além de potencial aporte adicional de até US$ 300 milhões pela United Airlines e American Airlines. Diante do processo, a Azul descontinuou todas as projeções para 2025.